A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Ainda bem que o meu pai não está cá para ver isto ─ disse Elizabeth,
enquanto o helicóptero pousava no relvado de Cannon point. ─ Quando cá está,
gosta sempre de agir como se fosse um dos ilhéus. A última coisa que faria seria
deixar que um helicóptero aterrasse no relvado.
─ Estamos em pleno Inverno ─ respondeu Michael. ─ Ninguém vai saber.
Elizabeth olhou-o, incrédula.
─ Michael, de cada vez que alguém atropela um veado nesta ilha, o
acontecimento é publicado no jornal local. Acredita, as pessoas vão ficar a saber.
─ Eu trato do jornal ─ indicou Adrian Carter.
Os rotores do helicóptero pararam de girar. A porta abriu e os três saíram.
Charlie saiu da casa do caseiro, de lanterna na mão, os retrievers aos saltos à volta
dos tornozelos. O vento marítimo açoitava com violência as árvores nuas. Uma
águia-pesqueira guinchou e voou por cima das suas cabeças. A cinquenta metros da
costa, o Athena agarrava-se às amarras nas águas da baía sacudidas pelo vento.
─ Onde está o senador? ─ perguntou Carter enquanto percorriam a pé o
acesso de cascalho em direção à casa principal.
─ Em Londres ─ respondeu Michael. ─ Está a participar num painel de
discussão sobre a Irlanda do Norte na London School of Economics.
─ Ótimo. Menos uma pessoa com quem nos preocuparmos.
─ Não quero transformar este sítio num campo militar ─ disse Elizabeth. ─
Não tenciono fazê-lo. Vou colocar dois agentes de segurança no relvado durante
toda a noite. De manhã serão rendidos por outros dois da Estação de Nova York. A
polícia de Shelter Island concordou em vigiar os ferries de norte e de sul. Têm uma
boa descrição de Outubro e de Astrid Vogel. Foi-lhes dito que eram procurados por
se encontrarem ligados ao assassinato de duas pessoas na Virgínia, mas nada mais
que isso.
Vamos manter as coisas assim ─ afirmou Elizabeth. ─ A última coisa que
quero é que as pessoas de Shelter Island pensem que trouxemos para cá terroristas.
─ A verdade não virá ao de cima ─ garantiu Carter. ─ Entrem e vão dormir.
Liga-me para Langley de manhã, Michael. E não te preocupes, a esta hora já o
Outubro está bem longe.
Carter apertou a mão de Michael e beijou a face de Elizabeth.
─ Lamento muito o que aconteceu ao Max ─ disse. ─ Quem me dera que
pudéssemos ter feito alguma coisa.
─ Eu sei, Adrian.
Elizabeth deu meia volta e começou a andar em direção à casa. Carter olhou
para Michael.
─ Existem armas aqui? ─ perguntou

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