A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

passageiro abrir. Virou-se e disse: ─ Que diabo aconteceu?
Depois olhou para o rosto: cabelo cortado rente, pele muito pálida, duas
orelhas furadas. Jacobs nem sequer tentou pegar a arma, dizendo apenas baixinho:
─ Oh, valha-me Deus.
Delaroche ergueu a Beretta e alvejou-o no rosto três vezes. Em seguida,
esticou-se sobre o banco e retirou o rádio da mão do homem morto.
Astrid permaneceu junto às árvores. Delaroche saiu do carro e fechou a
porta com suavidade. Voltaram para trás pelo mesmo caminho, ao longo da
fronteira oriental da propriedade, mantendo-se mais uma vez sob o refúgio das
árvores. Delaroche ejetou o carregador meio gasto e inseriu um cheio.
Havia duas entradas para a casa principal, uma porta de entrada que dava
para o acesso de cascalho e um alpendre envidraçado que dava para a água.
Delaroche tencionava utilizar a entrada das traseiras.
As árvores curvaram-se sob uma rajada de vento marítimo. Delaroche
aproveitou o ruído impetuoso para cobrir o som da sua aproximação. Pegou na mão
de Astrid e correu pelos campos traiçoeiros por entre as árvores.
Passaram por trás do anexo, onde se via um abajur aceso. Delaroche pensou
em entrar e matar os ocupantes, mas não tinha avistado quaisquer movimentos por
ali, não existiam sinais de alguém ter dado pela sua presença, por isso passou por
trás do anexo e começou a atravessar o relvado das traseiras.
Um cão ladrou, depois outro. Virou-se e viu um par de golden retrievers
enormes a correr na direção deles. Introduziu a primeira bala na câmara da Beretta
e fez pontaria aos cães.
Os cães acordaram Michael. Os seus olhos abriram-se e, num ápice, estava
alerta. Ouviu o primeiro cão, depois o segundo. Em seguida, ambos ficaram
silenciosos. Sentou-se na cama e pôs os pés no chão. Sobre a mesinha-de-cabeceira
estavam a Browning automática, um rádio portátil e um telefone de linha múltipla.
Pegou no rádio. ─ Fala Osbourne. Está alguém aí? Elizabeth mexeu-se.
─ Fala Osbourne. Está alguém aí? Ouvi os cães a ladrarem. O rádio crepitou
e uma voz respondeu:
─ Os cães estão bem. Não há problema. ' Osbourne pousou o rádio, pegou
no telefone e marcou o número da casa do caseiro. Deixou o telefone tocar cinco
vezes antes de voltar a pousar o receptor com força. Elizabeth sentou-se na cama.
Osbourne marcou rapidamente um número especial de emergência para
Langley. Atendeu uma voz calma.
─ Fala Osbourne. O agente de segurança em Shelter Island não está na
linha. Telefone à polícia local e envie homens para cá! Rápido!
Desligou o telefone.

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