A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Era completamente inacessível. O arquivo fotográfico do Post tinha apenas uma
fotografia já com dez anos, e a Alatron Defense Systems nem sequer dispunha de
porta-voz. Quando Susanna pedira para marcar uma entrevista, o homem do outro
lado da linha soltou uma gargalhada abafada e replicou: "O senhor Elliott não tem
por hábito falar com jornalistas."
Uma fonte do National Airport dissera-lhe que Elliott chegara a
Washington nesse dia, a bordo do seu avião privado. O Congresso encerrara as
atividades e a maior parte dos membros regressara a casa para a campanha. O
Presidente cancelara uma digressão de campanha para tratar do caso da queda do
Voo 002. Susanna interrogava-se sobre o motivo que levara Elliott à cidade naquele
momento.
Isso explicava o fato de ela estar à porta da mansão de Kalorama, à chuva. A
porta da mansão abriu e surgiram duas figuras, um homem alto com um guarda-
chuva e outro mais baixo, de cabelo grisalho: Mitchell Elliott. O homem mais alto
ajudou Elliott a entrar para a parte de trás do carro, depois contornou o veículo e
sentou-se do outro lado. Os faróis acenderam-se e iluminaram a estrada. O carro
afastou-se do passeio e dirigiu-se à Massachusetts Avenue.
Susanna Dayton ligou o motor do seu pequeno Toyota e seguiu o outro
automóvel, mantendo uma distância segura. O grande carro preto avançou com
rapidez para leste pela Massachusetts, ao longo de Embassy Row. Em Dupont
Circle juntou-se ao trânsito da faixa exterior e virou para sul, na Connecticut
Avenue.
Ainda era cedo, mas a Connecticut estava quase deserta. Susanna reparara
que uma calma estranha se abatera sobre a cidade nas quarenta e oito horas desde
a queda do avião comercial. Os passeios estavam vazios, com apenas alguns
bêbados a saírem de uma taberna mais a sul e um grupo de empregados de
escritório a correr à chuva para a estação de metropolitano de Farragut North.
Susanna seguiu o carro ao longo da K Street quando a Connecticut passou a 17th
Street. Atravessou a Pennsylvania Avenue e passou pela fachada iluminada do Old
Executive Office Building. Imaginava onde Elliott jantaria naquela noite.
O carro cortou várias vezes à esquerda e, dois minutos depois, parou junto
ao Portão Sul do terreno da Casa Branca. Um agente fardado dos Serviços Secretos
avançou, olhou para a parte de trás do sedan e ordenou ao condutor que avançasse.
Susanna Dayton não parou. Precisava de um lugar onde esperar. Nos
tempos que corriam, ficar sentada dentro de um carro estacionado nas redondezas
da Casa Branca não era boa ideia. Após uma série de ataques à mansão, os Serviços
Secretos tinham apertado a segurança. Podia ser abordada e interrogada, após o
que talvez se seguisse um relatório.

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