A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

gabinetes do diretor, dos diretores adjuntos de informação e operações, do diretor
executivo e do oficial de dia do departamento do Oriente Médio. Também foi
enviado diretamente para o Centro de Contraterrorismo da Agência.
Segundos depois, surgiu na telado computador do agente responsável pelo
grupo extremista islâmico chamado Espada de Gaza. O nome do agente era
Michael Osbourne.


SEDE DA CIA, LANGLEY, VIRGÍNIA


O pai de Michael Osbourne sempre dissera que a sede era o local para onde
os bons agentes de campo iam definhar e morrer. O pai fora agente de caso no
Departamento Soviético e recrutara e comandara agentes desde Moscou a Roma,
passando pelas Filipinas. James Angleton, o afamado agente de contraespionagem
da CIA que se dedicara durante vinte anos a uma destrutiva caça a agentes
infiltrados, arruinara-lhe a carreira, do mesmo modo que arruinara a carreira de
centenas de outros agentes leais. O pai de Michael passou os últimos anos a redigir
avaliações inúteis e a remexer em papéis, tendo deixado a Agência como um
homem amargo e desiludido. Morrera de cancro três anos depois de se ter
reformado.
O regresso de Michael à sede foi tão relutante como o do pai, mas devera-se
a circunstâncias diferentes. A oposição sabia qual o seu nome e ocupação
verdadeiros e já não era seguro fazer trabalho de campo sob disfarce. Aceitara o
seu destino como um prisioneiro modelo aceita uma sentença de prisão perpétua.
Mesmo assim, nunca se esquecera do aviso do pai quanto aos perigos da vida em
Langley.
Trabalhavam juntos numa sala única, conhecida afetuosamente como o
curral, no Corredor F do quinto piso. Fazia lembrar mais a redação de um diário
metropolitano em decadência do que o centro nevrálgico da operação
contraterrorista da CIA. Havia Alan, um contabilista livresco da CIA que seguia o
fluxo secreto de dinheiro ilícito através dos bancos mais discretos e sórdidos do
mundo. Havia
Cynthia, um anjo louro de ascendência britânica que sabia mais sobre o
IRA do que qualquer outra pessoa no mundo. O seu cubículo apinhado estava
repleto de fotografias de guerrilheiros irlandeses, incluindo a do rapaz que
rebentara com a mão do irmão dela. Fitava-os durante todo o dia, tal como uma
moça olharia para o pôster do mais recente arrasa-corações de adolescentes. Havia
Stephen, vulgo Eurotrash, cuja tarefa era acompanhar os vários movimentos
terroristas e nacionalistas da Europa Ocidental. E havia Blaze, um gringo de um

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