─ Seria de esperar que alguém com o teu percurso se recusasse a
subestimar a arrogância dos media, Paul.
─ Dizem que sou o poder por trás do trono. Levo com as culpas quando as
coisas correm mal, mas fico com os louros quando elas correm bem.
─ Sugiro que faças por que isto corra bem.
─ Não se preocupe, assim farei.
─ Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?
─ Pode sair da cidade tão rápida e discretamente quanto possível.
─ Receio que tal não seja possível.
─ Céus, pedi-lhe que se mantivesse discreto.
─ É só um pequeno jantar, amanhã à noite. O Braxton, alguns dos sócios
maioritários e um senador cujas botas tenho de lamber.
─ Junte-me à lista de convidados.
─ Pensei que estivesses ocupado, Paul.
─ O discurso vai ser apresentado entre nove e nove e quinze. Saio logo em
seguida. Guarde um lugar na mesa.
Vandenberg entrou no banco de trás do carro da Casa Branca. A ignição do
motor quebrou o silêncio da Califórnia Street. O carro afastou-se, virou à esquerda
na Massachusetts e desapareceu. Segundos depois, um Toyota passou em frente à
casa, o mesmo que tinham visto minutos antes.
Mitchell Elliott esperou que Mark Calahan o acompanhasse até a entrada da
casa.
─ Viu a placa daquele carro?
─ É claro, senhor Elliott.
─ Investigue. Quero saber quem é o dono.
─ Imediatamente.
Quando o assistente regressou, vinte minutos depois, Elliott estava lendo
na biblioteca.
─ O carro está registrado em nome de Susanna Dayton. Vive em
Georgetown.
─ Susanna Dayton é a repórter do Washington Post que está fazendo matéria
sobre minha ligação com Beckwith.
─ Talvez seja uma coincidência, senhor Elliott, mas desconfio que ela esteja
vigiando a casa.
─ Quero-a sob vigilância. Traga os homens que julgar necessários para um
trabalho bem feito. Quero saber o que está fazendo e com quem se encontra. Entre
na casa dela o mais depressa possível. Coloque a casa e os telefones sob escuta.
Não descuidem de nada.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1