A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

pouco por todo o mundo.
─ Já foi feito ─ garantiu o Secretário de Estado Claridge. Ontem à noite
emitimos uma comunicação secreta.
Por fim, Beckwith dirigiu-se a Vandenberg.
─ Qual a tua opinião, Paul?
Acho que temos de ser bastante duros, Senhor Presidente. É uma reação
ponderada, é decisiva e mostra determinação. Prova que o governo dos Estados
Unidos está disposto a proteger o seu povo.
E, a nível político, será o equivalente a uma volta no resultado nos últimos
segundos de jogo. O Sterling vai ver-se obrigado a apoiá-lo. Qualquer outro tipo de
ação será visto como pouco patriota. Vai ficar encurralado. O silêncio abateu-se
sobre a sala enquanto todos aguardavam que o Presidente falasse.
─ Considero a Espada de Gaza uma ameaça real aos cidadãos e aos
interesses dos Estados Unidos ─ acabou por dizer. ─ Foi levado a cabo um ato
covarde e bárbaro contra esta nação, que tem de ser castigado. Quando poderemos
atacá-los?
─ Quando der a ordem, Senhor Presidente.
─ Esta noite ─ indicou. ─ Façam-no esta noite, meus senhores. Vandenberg
olhou para os seus apontamentos. Tudo fora bem orquestrado e o Presidente
tomara a decisão pretendida e sentia-se bem com a posição assumida. Vandenberg
fizera um bom trabalho.
─ Antes de darmos a reunião por encerrada, temos ainda mais um ponto na
ordem de trabalhos ─ declarou Vandenberg. ─ Quer dizer-lhes, Senhor Presidente,
ou prefere que eu o faça?
Calahan reproduziu a gravação para Mitchell Elliott na biblioteca da
mansão de Kalorama. Elliott ouviu com atenção, o indicador apoiado no nariz, os
olhos fitos nas árvores do jardim. A qualidade era boa, embora algumas
interferências ocasionais tornassem inaudíveis certas partes da conversa. Quando a
gravação chegou ao fim, Elliott permaneceu imóvel. Planeara as coisas com o
máximo de cuidado, mas uma jornalista demasiado curiosa poderia deitar tudo a
perder. ─ Ela é um problema, senhor Elliott ─ admitiu Calahan, ao tirar a cassete da
sofisticada aparelhagem de Elliott.
─ Infelizmente, neste momento não podemos fazer grande coisa, a não ser
observar e aguardar. Que tipo de vigilância estão a levar a cabo?
─ Escutas na casa e no telefone.
─ Não chega. Também quero o carro sob escuta.
─ Não vai haver problema. Ela deixa-o na rua, à noite.

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