A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

altura em que ainda era Ashley DuPree, à espera da conclusão do divórcio para que
finalmente pudesse "fazer do Samuel um homem honesto". Era rica. A família
conseguira a fortuna com cavalos e algodão, algum do qual estava dentro da sua
cabeça, fazendo-se passar por cérebro. Adequava-se na perfeição às necessidades
de Braxton: boa linhagem, dinheiro próprio e o corpo de uma coelhinha da Playboy,
apesar dos respeitáveis trinta e oito anos de idade.
─ Onde está seu marido? ─ perguntou Braxton com um tom de voz bem
alto. ─ Queria exibir a Ashley.
O Oráculo parou de falar e a audiência virou-se para ouvir a resposta. ─
Teve de se ausentar da cidade em trabalho ─ respondeu Elizabeth. Sentiu-se corar,
apesar do esforço da advogada para manter a compostura exibida em tribunal. O
pior era ter de mentir. Seria muito mais simples se por uma vez pudesse dizer a
verdade: O Presidente está prestes a ordenar um ataque aéreo à Espada de Gaza, o
meu marido trabalha para a CIA e neste momento não pode deixar o trabalho para
comparecer a este jantar ridículo.
Braxton olhou com exuberância para os outros convidados espalhados pelo
jardim.
─ Bem, Elizabeth, hoje parece que está em minoria. Se não me engano, é o
único membro do Partido Democrata aqui presente.
Elizabeth conseguiu ostentar um sorriso cauteloso.
─ Pode não acreditar, Samuel, mas sou uma das poucas pessoas que por
acaso gosta de republicanos.
Mas Braxton não ouviu o comentário, pois já olhava para Mitchell Elliott,
que acabara de entrar no jardim. Abandonou Ashley e voou por entre os
convidados na direção do seu cliente mais lucrativo. Durante a meia hora que se
seguiu, Ashley e Elizabeth discutiram cavalos e os benefícios de um treinador
pessoal. Elizabeth ouviu educadamente enquanto terminava o primeiro copo de
vinho e bebia rapidamente um segundo.
Pouco antes das nove, Elliott pediu a atenção de todos.
─ Senhoras e senhores, o Presidente vai dirigir-se à nação. Por que não
ouvimos o que nos tem a dizer antes do jantar?
Elizabeth seguiu a multidão para a espaçosa sala de estar. Dois televisores
de ecrã gigante tinham sido instalados nesse espaço. Os convidados aglomeraram-
se em seu redor. tom Brokaw falava num deles e Peter Jennings no outro. Por fim,
os grandes-planos dissolveram-se e um James Beckwith de expressão sombria fitou
a câmara.
Paul Vandenberg não acreditava em exibições públicas de stresse, mas
nessa noite estava nervoso e esse fato era evidente. Tudo tinha de ser perfeito.

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