A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

decisões difíceis e vendê-las aos americanos e ao resto do mundo. Se fizer isso, vai
ter sucesso.
Elizabeth contou a conversa com Susanna Dayton.
─ Ela me pediu ajuda. Disse a ela que não podia, que não seria ético e que
podia me levar a ser banida. Não insistiu.
─ Fez bem. Por que ela não continuou com o artigo?
─ Não tinha material.
─ Isso nunca deteve Susanna.
─ Michael!
─ Elizabeth, do meu ponto de vista a imprensa é um pouco diferente.
─ Ela disse que tinha material, mas os editores não concordaram.
Rejeitaram o artigo e disseram para continuar a investigar. Ficou furiosa. Se a
história tivesse aparecido antes das eleições, seria uma bomba.
─ Ela continua a trabalhar no caso?
─ Diz que sim. Até disse que está fazendo grande progresso. ─ Elizabeth
riu. ─ Sabe, os dois maiores vencedores em tudo isso são Sam Braxton e o cliente
dele, Mitchell Elliott. Braxton vira Secretário de Estado e Elliott vai ganhar dez
bilhões de dólares para construir KKVs para o programa antimíssil.
─ Acha que existe alguma ligação?
─ Nem sei o que pensar. Devia tê-los visto no jantar, quando Beckwith fez a
declaração. Até pensei que fossem se beijar.
A autoestrada terminou e atravessaram a vila de Riverhead. Michael dirigiu-
se para norte, ao longo de uma estrada de campo ladeada por campos imensos de
batatas e de pasto. A lua cheia pairava no céu oriental. Viraram para a Route 25 e
viajaram a grande velocidade para leste, através de North Fork. De vez em quando
as árvores interrompiam-se e o vulto de Long Island Sound brilhava ao luar.
Elizabeth acendeu um cigarro e baixou um pouco o vidro da janela. Era
sinal de que estava nervosa, zangada, ou infeliz. Elizabeth gastava as energias a
disfarçar no trabalho. Em casa, ou quando cercada por amigos, era patologicamente
incapaz de ocultar as emoções. Quando estava feliz, os olhos cintilavam e a boca
curvava-se num sorriso permanente. Quando se encontrava perturbada, assumia
um porte diferente, respondia mal e franzia o sobrolho. Elizabeth nunca fumava
quando se sentia feliz.
─ Diz-me o que se passa. ─ Sabes bem o que se passa.
─ Pois sei. Julguei que pudesses querer dizê-lo.
─ Está bem. Estou cheia de nervos, com medo que isto possa não resultar, e
que possa não conseguir dar-nos um bebê. Pronto, já disse. E sabes que mais?
Ainda me sinto mal.

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