— Por que ele faria isso?
— Porque Nabil e eu trabalhamos para a mesma organização?
— Que organização?
— Não tenho autorização para dizer. Não aqui. Não agora.
Gabriel clicou para pausar e olhou para Lavon.
— Por que não aqui? — perguntou ele. — Por que não agora?
— Você não achou mesmo que ele ia entregar o jogo no café, achou?
Gabriel franziu o cenho e apertou play.
— Talvez possamos nos encontrar em algum lugar mais reservado para conversar mais.
— Talvez.
— Você está livre hoje à noite?
— Talvez esteja.
— Conhece La Courneuve?
— É claro.
— Consegue ir até lá?
— Não é longe. Posso ir a pé.
— Há um prédio grande na avenue Leclerc.
— Sei qual é.
— Esteja em frente à farmácia às nove. Não traga seu celular nem nada eletrônico. E vista
roupas para o frio.
Gabriel pausou a gravação.
— Parece que eles vão passear de moto.
— Brilhante — comentou Lavon.
— Jalal ou eu?
Houve um silêncio entre eles. Foi Lavon quem finalmente o quebrou.
— Com o que você está preocupado?
— Estou preocupado que ele vá levá-la até um local afastado, interrogá-la
brutalmente e depois cortar a cabeça dela. Fora isso, com nada.
Outro silêncio, mais longo que o primeiro.
— O que vai fazer? — perguntou Lavon, finalmente.
Gabriel olhou fixamente para a tela do computador, uma mão no queixo, a cabeça
inclinada levemente para o lado. Então, sem uma palavra, esticou a mão, reiniciou a
marcação de tempo e deu play.
— Leila? É você? Sou Jalal. Jalal Nasser, de Londres.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1