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SANTORINI, GRÉCIA
ual é seu nome verdadeiro? — perguntou Natalie.
— A gerência do Panorama Hotel pensa que é Michael Danilov.
— E é?
— Quase — ele estava parado diante da porta que dava para a varanda. Uma lua
pálida iluminava seu rosto igualmente pálido. —E você, dra. Hadawi, não tem nada que
convidar um homem como eu para o seu quarto.
— Não fiz nada disso, senhor Danilov. Eu disse que precisava de companhia. Eles
podiam ter mandado a mulher no seu lugar.
— Considere-se com sorte. A empatia não é o forte dela — a cabeça dele virou
alguns graus, e seus olhos encontraram os dela na escuridão. — Todos nós ficamos
nervosos antes de uma operação grande, especialmente quem opera em lugares onde não
existe embaixada caso as coisas derem errado. Mas confiamos em nossa missão e em
nosso planejamento e vamos. É o que fazemos.
— Não sou como vocês.
— Na verdade, você é mais como eu do que imagina.
— Que tipo de trabalho você faz?
— O tipo sobre o qual nunca falamos.
— Você mata pessoas?
— Elimino ameaças à nossa segurança. E, na véspera de uma grande operação,
sempre tenho medo de que eu seja o eliminado.
— Mas você vai mesmo assim.
Ele desviou o olhar e mudou de assunto.
— Então, a graciosa senhorita Ward vai levá-la para o outro lado.
— Você não parece surpreso.
— Não estou. Ela lhe deu a rota?
— De Santorini a Kos, de Kos a Bodrum.
— Duas jovens de férias, muito profissional — ele se virou e dirigiu suas próximas
palavras para a noite. — Ele deve ter muita consideração por você.
— Quem?
— Saladin.
De trás da porta veio o som de vozes no corredor, ingleses bêbados. Quando o
silêncio voltou, ele olhou para o mostrador luminoso de seu relógio de pulso.