— Que bom que alguém ainda sabe ser duro. Se eu simplesmente disser uma palavra
rude para um terrorista, sou processado. Mas atacar os terroristas e seus filhos com
drones não tem problema nenhum.
— Sabe, Adrian, às vezes um terrorista vivo é melhor que um terrorista morto. Um
terrorista vivo pode contar coisas, por exemplo onde e quando vai ser o próximo ataque.
— Meu presidente discorda. Ele acha que prender terroristas só cria mais terroristas.
— O sucesso cria mais terroristas, Adrian. E nada traz mais sucesso do que um
ataque em solo americano.
— O que nos leva de novo à questão original — disse Carter, enxugando uma gota
de suor do lado do pescoço. — Vou recomendar ao Pentágono que tome cuidado com a
campanha aérea na Síria. Em troca, você compartilhará comigo tudo o que sua garota
descobrir durante as férias no califado.
— Combinado — respondeu Gabriel.
— Suponho que o Exército francês esteja de acordo?
— E o britânico.
— Não tenho certeza de como me sinto sendo o último a saber disso.
— Bem-vindo ao mundo pós-americano.
Carter não disse nada.
— Nada de ataques aéreos àquele prédio — avisou Gabriel em voz baixa. — E deixe
os campos de treinamento em paz até ela sair de lá.
— Quando você espera que ela volte?
— No fim de agosto, a não ser que Saladin tenha outros planos.
— Quem dera tivéssemos essa sorte.
Chegaram de volta à casa da N Street. Carter parou ao pé dos degraus curvados da
entrada.
— E como estão as crianças? — perguntou de repente.
— Não sei muito bem.
— Não estrague as coisas com elas. Você é velho demais para ter outros filhos.
Gabriel sorriu.
— Sabe — disse Carter —, por umas doze horas, achei mesmo que você estivesse
morto. Foi uma coisa extremamente idiota de se fazer.
— Não tive escolha.
— Tenho certeza disso — falou Carter. — Mas, da próxima vez, não me deixe no
escuro. Não sou o inimigo. Estou aqui para ajudar.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1