Um garçom apareceu e ofereceu um drinque a Saladin. Com uma confiança ensaiada,
ele pediu um vodca martíni, especificando a marca de álcool de sua preferência. A bebida
chegou alguns minutos depois e foi despejada de uma coqueteleira de prata no copo com
muita cerimônia. O drinque ficou intocado diante dele, gotas de condensação enevoando
o copo. No bar, um trio de mulheres seminuas ria alto e, à mesa do lado, o colunista
dissertava sobre a questão da Síria. Aparentemente, ele não achava que o bando de
bandidos assassinos conhecido como ISIS era uma grande ameaça aos Estados Unidos.
Saladin sorriu e olhou seu relógio.
Não havia vagas livres na Prospect Street, então Mikhail fez o retorno no fim do
quarteirão e estacionou ilegalmente em frente a uma loja de sanduíches frequentada por
alunos da Universidade de Georgetown. O Café Milano estava a mais de cem metros de
distância, um borrão.
— Assim não vai dar — disse Eli Lavon, apontando o óbvio. — Um de nós precisa
entrar e ficar de olho nele.
— Vai você. Eu fico com o carro.
— Não é muito meu tipo de lugar — respondeu Lavon.
Mikhail desceu e caminhou em direção ao Café Milano. Não era o único restaurante
da rua. Além da loja de sanduíches, havia um restaurante tailandês e um bistrô chique.
Mikhail passou por eles e desceu os dois degraus até a entrada do Café Milano. O maître
sorriu para Mikhail como se o estivesse esperando.
— Vou encontrar um amigo no bar.
O maître apontou o caminho. Só um banco estava disponível, a alguns passos de
onde um homem de feição árabe bem-vestido estava sentado. Havia uma cadeira vazia à
frente dele, o que significava que, muito provavelmente, o homem bem-vestido não ia
jantar sozinho. Mikhail se acomodou no banco vazio. Era perto demais do alvo, embora
tivesse a vantagem de uma visão desobstruída da entrada. Ele pediu uma taça de vinho e
tirou o celular do bolso.
A mensagem de Mikhail chegou no celular de Gabriel trinta segundos depois. Allon
agora tinha uma escolha: manter a informação para si ou confessar a Adrian Carter que o
tinha enganado. Dadas as circunstâncias, escolheu a última. Carter aceitou a notícia
surpreendentemente bem.