A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

D


WISCONSIN AVENUE, GEORGETOWN

epois de cruzar a Q Street, Natalie encontrou duas estudantes de Georgetown, ambas
apavoradas. Com a voz abafada pelo grito de uma ambulância que passava, explicou que
tinha sido roubada e precisava ligar para o namorado para pedir ajuda. As mulheres
disseram que a universidade emitira um alerta mandando que todos os alunos voltassem
para seus dormitórios e residências para ficarem protegidos. Mas, quando Natalie fez um
segundo apelo, uma delas, a mais alta, entregou a ela um iPhone. Natalie segurou o
aparelho na palma da mão esquerda e, com a direita, a que segurava o detonador, digitou
o número que devia usar apenas em caso de emergência extrema. A ligação tocou na
mesa de Operações do boulevard Rei Saul em Tel Aviv. Uma voz masculina atendeu em
um hebraico conciso.
— Preciso falar com o Gabriel imediatamente — disse Natalie no mesmo idioma.
— Quem é?
Ela hesitou e então falou seu nome de batismo pela primeira vez em vários meses.
— Onde você está?
— Na Wisconsin Avenue, em Georgetown.
— Está segura?
— Sim, acho que sim, mas estou usando um colete suicida.
— Pode ter um gatilho explosivo. Não tente tirá-lo.
— Não vou.
— Fique na linha.
Duas vezes, o homem da mesa de Operações em Tel Aviv tentou transferir a ligação
para o celular de Gabriel. Duas vezes, não houve resposta.
— Parece que há um problema.
— Onde ele está?
— No Centro Nacional de Contraterrorismo, na Virginia.
— Tente de novo.
Uma viatura policial passou correndo, com a sirene ligada. As duas estudantes de
Georgetown estavam ficando impacientes.
— Só um minuto — disse Natalie a elas, em inglês.
— Rápido, por favor — respondeu a dona do telefone.
O homem em Tel Aviv tentou o telefone de Gabriel de novo. Ele tocou várias vezes
antes de uma voz de homem atender em inglês.
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