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NOTA DO AUTOR
viúva negra é uma obra de entretenimento e não deve ser lida como nada além disso.
Os nomes, personagens, lugares e acontecimentos retratados na história são produto da
imaginação do autor ou foram usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas
reais, vivas ou mortas, empresas, acontecimentos ou locais é inteiramente coincidência.
Visitantes da rue des Rosiers, no quarto arrondissement de Paris, procurarão em vão o
Centro Weinberg para o Estudo do Antissemitismo na França. A neta de Isaac, a fictícia
Hannah Weinberg, criou o centro no fim de A mensageira, primeiro romance no qual ela
apareceu. A pintura de Van Gogh sob posse de Hannah, Marguerite Gachet à sua
penteadeira, também é fictícia, embora sua origem trágica seja obviamente inspirada nos
terríveis eventos da Quinta-Feira Negra e da captura de judeus em Paris em julho de
1942.
Gostaria de poder dizer que os atentados contra judeus descritos no primeiro
capítulo de A viúva negra foram completamente inventados, mas, infelizmente, também
foram inspirados pela verdade. O antissemitismo na França, boa parte emanando das
comunidades muçulmanas, forçou milhares de judeus a sair de suas casas e imigrar para
Israel. De fato, oito mil foram embora nos doze meses após o brutal assassinato de
quatro judeus no mercado kosher Hypercacher em janeiro de 2015. Muitos judeus
franceses passam suas tardes na Independence Square, em Netanya, no Chez Claude ou
em outro dos cafés que recebem uma clientela cada vez mais francófona. Não consigo
pensar em nenhuma outra minoria religiosa ou em um grupo étnico que esteja fugindo
de um país europeu ocidental. Além disso, os judeus da França estão nadando contra a
maré, saindo do Ocidente para a região mais perigosa e volátil do planeta. Fazem isso
por um único motivo: sentem-se mais seguros em Israel do que em Paris, Toulouse,
Marselha ou Nice. Essa é a condição da França moderna.
O Grupo Alpha, unidade secreta de contraterrorismo da DGSI descrita em A viúva
negra, não existe, embora eu espere, para o bem de todos nós, que exista algo parecido.
Para constar, estou ciente de que a sede do serviço secreto de inteligência de Israel não
está mais localizada no boulevard Rei Saul, em Tel Aviv. Escolhi manter a sede de meu
serviço fictício ali em parte porque gosto do nome da rua muito mais do que do
endereço atual, que não mencionarei aqui. Há, de fato, um prédio de apartamentos de