subsequentes da Onyx. Quando esses documentos foram combinados com as informações que a
equipe já possuía, vieram à tona provas irrefutáveis de que a Galeria Naxos não passava de
uma fachada para arrecadar fundos para o Hezbollah. A ligação entre ela e Cario Marchese
também ficou clara, por meio de mais de cinqüenta transferências bancárias que partiram de
David Girard, passaram pelo Banco Bizantino do Líbano e chegaram a contas controladas por
Cario no Banco do Vaticano. Essa era a cordata que Gabriel buscava — a corda ligando Cario
aos terroristas do Hezbollah. Os suíços tinham essa evidência desde o começo. Eles só não
tinham a chave para decifrar o código.
Contudo, por enquanto, Cario era uma preocupação secundária, pois a cada dia que
passava ficava mais claro que David Girard se envolvera em mais do que uma mera
arrecadação de fundos. Havia a ligação que ele fizera seis meses antes para um número no
vale do Bekaa, no Líbano, que o Escritório vinculara a um chefe local do Hezbollah. E o outro
telefonema, feito duas semanas depois, para alguém no Cairo ligado a uma das diversas
células do Hezbollah que tinham se firmado no caótico Egito pós-revolução. E os 200 mil
dólares que ele pagara a um comerciante de antigüidades tailandesas em Bangcoc, uma fonte
de atividades do Hezbollah no sudeste da Ásia.
— Para mim, David Girard era um mensageiro. Ele usava seu emprego no negócio de
antigüidades como disfarce para entregar correspondências secretas a células do Hezbollah
espalhadas pelo mundo.
— Mas por que os iranianos iriam querer vê-lo morto?
— Talvez a correspondência que ele estava enviando tivesse algo a ver com o ataque
por vir. Ou talvez...
— O quê, Dina?
— Talvez tivesse um carimbo de Teerã.
No fim das contas, não foi a alta tecnologia suíça que forneceu a resposta, e sim uma
boa e velha fotografia de vigilância. Tirada com uma câmera oculta, mostrava David Girard
num bonde em Zurique. Por três dias, a imagem ficou pendurada na parede da abarrotada sala
456C, sem utilidade, até que, no caminho para o arquivo, Dina estacou subitamente.
Arrancando o retrato da parede, ela encarou a figura de barba curta sentada ao lado de Girard.
A cabeça do homem estava virada para o lado oposto ao negociante, assim como seus ombros
musculosos, e o sol entrando pela janela do bonde fazia com que o cristal de seu pesado
relógio de mergulho parecesse estar em chamas. O efeito chamou a atenção de Dina para o
dorso da mão, onde ela notou a bandagem.
— É ele — sussurrou Dina. — É o próprio diabo.
A foto do homem foi comparada com todas as imagens que tinham dele no banco de
dados, mas os computadores relataram que não havia dados suficientes para fazer uma
identificação positiva. Resoluta, Dina ergueu o queixo delicado e declarou que eles estavam
enganados. Era o mesmo homem, ela tinha certeza. Apostaria sua carreira nisso.
— Além do mais — acrescentou ela —, não se trata de olhar para o rosto. Olhe para a
mão.
A mão fora perfurada por uma bala israelense no Líbano, onde o homem ajudara a
transformar um bando de xiitas desorganizados na força terrorista mais
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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