— É um tanto apropriado, você não acha?
— O quê?
— Que sua última operação se dê aqui, na cidade dos espiões.
— É a cidade dos mortos — replicou Gabriel. — E eu quero sair daqui o mais cedo
possível.
— Leve Massoud de souvenir. E, independentemente do que você fizer, não seja pego.
— O Décimo Primeiro Mandamento de Shamron.
— Amém.
Eles se despediram no Portão de Brandemburgo. Shamron seguiu para seu quarto no
Hotel Adlon e Gabriel foi para as trilhas do Tiergarten, onde caminhou até ter certeza de que
não estava sendo seguido. Ao entrar no esconderijo em Wannsee, ele viu que a equipe fazia
uma verificação final. Quando começou a escurecer, foram saindo um a um, em intervalos, e às
seis já estavam todos em suas devidas posições. Gabriel vasculhou os quartos da casa em
busca de qualquer traço da presença da equipe. Em seguida, sentou em silêncio na escuridão,
com um laptop aberto no colo. A tela mostrava um imagem em alta resolução da embaixada
iraniana, transmitida de uma câmera em miniatura escondida num carro estacionado do outro
lado da rua. Às 20h12, o portão de segurança do prédio se abriu lentamente, revelando um
Mercedes sedã preto. O carro virou à esquerda e passou a poucos centímetros da câmera —
tão perto que Gabriel se imaginou estendendo os braços e arrancando do banco de trás o único
passageiro. Pelo rádio, informou aos demais que o diabo estava indo na direção deles.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1