ANJO CAÍDO

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Massoud queria que nós soubéssemos que ele tinha ligações com Girard e o
bombardeio da galeria?
— Exato.
— Por quê?
— Taqiyya — repetiu ela.
A expressão de Navot perdera qualquer resquício de ceticismo.
— Continue.
— Os iranianos não nos deixaram escolha além de morder a isca, bombardeando nossa
inteligência com conversas sobre um ataque terrorista iminente e mobilizando as forças do
Hezbollah no sul do Líbano. Foi uma simulação clássica. E só tinha um propósito: taqiyya.
— Demonstrar uma falsa intenção.
Dina assentiu.
— Mas a célula em Viena era real.
— Sim. Mas o plano nunca foi que eles executassem o ataque. Desde o começo,
Massoud pretendia revelar a existência da célula para nós de maneira dramática, deixando
tempo suficiente para agirmos.
— A célula era taqiyya?
Ela anuiu.
— Como o exército fantasma do general Patton na Segunda Guerra Mundial, aquele que
os aliados posicionaram na Anglia Oriental para fazer os alemães pensarem que a França
seria invadida por Calais, e não pela Normandia. Os oficiais ingleses e norte-americanos
usaram os rádios para difundir informações falsas porque sabiam que os alemães estavam
escutando. Mesmo depois que as primeiras tropas alcançaram as praias, o exército alemão
ainda estava paralisado pela indecisão, pois achavam que a batalha decisiva seria
empreendida em Calais.
— Então, no seu cenário, Viena seria Calais.
— Não é o meu cenário. É o cenário de Massoud.
— Prove.
— Não posso.
— Faça o melhor possível, Dina.
Ela mostrou a Navot as duas imagens esteganográficas descobertas pela Unidade 8200.
Ele franziu a testa.
— Girard numa caverna e um mapa que parece ter sido desenhado por uma criança de
5 anos.
— Compare o mapa rudimentar com isto.
Usando o computador, Dina sobrepôs a imagem ao mapa do Monte do Templo.
— Parecido — concordou Navot.
— Muito parecido. — Dina explicou rapidamente sua teoria acerca do significado do
número 689.
— Você tem certeza de que ele enviou essas imagens para Massoud?
— Não. Mas nossa única escolha é supor que sim.
— Por que ele teria feito isso?

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