Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

gelo e obrigando as autoridades do aeroporto Kloten a suspender os voos
momentaneamente. O voo 157 8 da Swiss International Airlines, com
destino a Viena, embarcou a horas e depois esperou imóvel para entrar na
pista. Shamron e Adrian Carter, monitorizando a situação nos
computadores do apartamento seguro de Munique, debateram a próxima
jogada. Deveriam dar instruções a Becker para ligar a Radek e avisá-lo do
atraso? E se Radek tivesse outros planos e decidisse adiar para outra
altura? As equipes e veículos estavam nas posições finais. Um
cancelamento temporário poderia pôr em risco a segurança operacional.
Esperar, aconselhou Shamron, e esperar foi o que fizeram.
Pelas 14h30, as condições atmosféricas melhoraram. Kloten reabriu
e o voo 1578 assumiu o seu lugar na fila ao fundo da pista. Shamron fez os
cálculos. O voo para Viena levava menos de noventa minutos. Se
descolassem em breve, talvez chegassem a tempo a Viena.
Às 14h25 o avião estava no ar, e o azar tinha sido evitado. Shamron
informou a equipe de recepção no Aeroporto Schwechat em Viena que o
embrulho estava a caminho.
A tempestade sobre os Alpes fez o voo para Viena bastante mais
turbulento do que Becker teria preferido. Para acalmar os nervos,
consumiu três garrafinhas miniatura de Stolichnaya e visitou a casa de
banho duas vezes, tudo isto foi registrado por Zalma, que estava sentado
três filas atrás. Navot, o retrato da concentração e serenidade, olhava pela
janela para o mar de nuvens negras, a sua água com gás intata.
Aterrissaram em Schwechat poucos minutos depois das quatro da tarde
sob uma luz cinza sujo. Zalman seguiu-os pelo terminal até o controle de
passaportes. Becker foi mais uma vez à casa de banho. Navot, com um
movimento quase imperceptível dos olhos, ordenou a Zalman que fosse
com ele. Depois de se aliviar, o banqueiro passou três minutos em frente ao
espelho arranjando-se, uma quantidade de tempo fora do normal, pensou
Zalman, para um homem virtualmente sem cabelo. O vigilante pensou em
dar a Becker um pontapé no tornozelo para o apressar, mas decidiu não o
perturbar. Afinal de contas, ele era um amador a agir sob coação.
Depois de passar pelo controle de passaporte, Becker e Navot
dirigiram-se ao terminal de chegadas. Aí, entre a multidão, estava um
especialista em vigilância, alto e magro chamado Mordecai. Vestia um
desleixado terno preto e segurava um cartão onde se lia BAUER. O seu
carro, um grande Mercedes sedã, estava à espera no estacionamento de
curta duração. A dois lugares de distância estava um Audi comercial de três
portas prateado. As chaves estavam no bolso de Zalman.

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