Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Não tem direito nenhum! Faça apenas o que digo.
Radek permaneceu imóvel. Zalman puxou a lapela do casaco, mas o
velho cruzou os braços com força junto ao peito. Navot suspirou
pesadamente. Se o velho bastardo quer um combate final, vai consegui-lo.
Navot abriu-lhe os braços à força enquanto Zalman puxava a manga direita,
depois a esquerda. O casaco depois; em seguida Zalman rasgou a manga da
camisa e expôs a pele caída do braço. Navot exibiu uma seringa, cheia de
sedativo.
— Isso é para seu próprio bem — disse Navot. — É moderado e não
tem efeito durante muito tempo. Vai fazer sua viagem muito mais
suportável. Sem claustrofobia.
— Nunca tive claustrofobia.
— Não me interessa.
Navot espetou a agulha no braço de Radek e despejou o conteúdo.
Passados alguns segundos, o corpo de Radek relaxou; em seguida a cabeça
tombou para o lado e o queixo descaiu. Navot abriu a porta e saiu. Segurou
o corpo amolecido de Radek debaixo dos braços e arrastou-o para fora do
carro.
Zalman levantou-o pelas pernas e juntos carregaram-no como um
morto de guerra para a lateral da van. Chiara estava agachada no interior,
segurando uma máscara de oxigênio e outra de plástico transparente.
Navot e Zalman deitaram Radek no chão da van; e Chiara colocou-lhe a
máscara sobre o nariz e a boca. O plástico embaciou imediatamente,
indicando que a respiração de Radek estava normal. Ela verificou-lhe o
pulso. Regular e forte. Manusearam-no para dentro do compartimento e
fecharam a tampa.
Chiara sentou-se ao volante e ligou o motor. Oded fechou-lhe a
porta e deu uma pequena pancada com a mão no vidro. Chiara engatou a
marcha e seguiu para a autoestrada. Os outros entraram no Opel e
seguiram atrás dela.


CINCO MINUTOS MAIS TARDE, as luzes da fronteira apareceram
como faróis no horizonte. Conforme Chiara se foi aproximando conseguiu
ver uma pequena fila de trânsito com cerca de seis veículos de
comprimento, esperando para atravessar. Havia dois guardas fronteiriços
em evidência. Tinham as lanternas na mão e estavam a verificar
passaportes e a espreitar pelas janelas. Ela olhou por cima do ombro. As
portas do compartimento permaneciam fechadas. Radek estava em
silêncio.

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