Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

falado com o distinto sotaque de um berlinense.
— Onde está o meu filho?
— Temo que esteja morto.
— E a minha mulher?
— A sua mulher está gravemente ferida. Necessita de cuidados
médicos imediatos.
— Então porque não está a recebê-los?
— Antes de ser tratada, precisamos de informações.
— Porque não está a ser tratada já? Onde está ela?
— Não se preocupe, ela está em boas mãos. Só precisamos que
responda a algumas questões.
— Tais como?
— Pode começar por nos dizer quem realmente é. E por favor, não
nos minta mais. A sua mulher não tem muito tempo.
— Já me perguntaram o nome cem vezes! Você sabe o meu nome!
Meu Deus, deem-lhe a ajuda que ela precisa.
— Daremos, mas primeiro diga-nos o seu nome. O seu nome
verdadeiro, desta vez. Não mais pseudônimos, ou nomes falsos. Não temos
tempo, não se for para a sua mulher viver.
— O meu nome é Gabriel, sua besta!
— É o seu primeiro nome ou o apelido?
— O primeiro.
— E o apelido?
— Allon.
— Allon? Isso é um nome hebraico, não é? Você é judeu. E também
é, suspeito eu, israelense.
— Sim, sou israelense.
— Se é israelense, o que está fazendo em Viena com um passaporte
italiano?
Obviamente que é um agente secreto israelense. Para quem
trabalha, sr. Allon? O que está fazendo aqui?
— Ligue ao embaixador. Ele saberá quem contatar.
— Chamaremos o seu embaixador. E o seu ministro dos Negócios
Estrangeiros.
E o seu primeiro-ministro. Mas agora, se quer que a sua mulher
receba o tratamento médico de que tão desesperadamente precisa, vai
dizer para quem trabalha e porque está em Viena.
— Ligue ao embaixador! Ajude a minha mulher, maldito!
— Para quem trabalha!

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