Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Significa — disse Crawford com pedantismo — que a nossa
busca não produziu nada. Lamento, Ari, mas às vezes estas coisas são
assim.
Levantou o clip endireitado e examinou-o cuidadosamente, como se
estivesse orgulhoso da obra.


GABRIEL ESPERAVA no banco de trás do Peugeot de Shamron.
— Como foi?
Shamron acendeu um cigarro e respondeu à pergunta.
— Acredita nele?
— Se ele dissesse que tinham encontrado um arquivo pessoal de
rotina ou um relatório de verificação de curriculum, talvez eu tivesse
acreditado. Mas nada? Com quem ele pensa que está falando? Sinto-me
insultado, Gabriel. Muito insultado.
— Pensa que os americanos sabem alguma coisa de Vogel?
— Bruce Crawford acabou de nos confirmar isso. — Shamron olhou
para seu relógio de aço inoxidável. — Raios! Levou uma hora me enrolando
para me enganar, e agora vai perder seu voo.
Gabriel olhou para o telefone no console. — Ligue — murmurou. —
Desafio você.

Shamron pegou o telefone e teclou.
— Aqui é Shamron — bradou. — Há um voo da El Al que parte de
Lod para Roma em trinta minutos. Surgiu um problema mecânico que vai
exigir o atraso de uma hora na partida. Entendido?


DUAS HORAS MAIS TARDE, o telefone de Bruce Crawford
ronronou. Levou o receptor ao ouvido. Reconheceu a voz. Era o vigilante
que ele tinha designado para seguir Shamron. Um jogo perigoso, seguir o
antigo chefe do Escritório no seu próprio terreno, mas Crawford seguia
ordens.
— Depois da embaixada ele foi para Lod.
— O que foi ele fazer ao aeroporto?
— Largar um passageiro.
— Reconheceste-o?
O vigilante indicou que sim. Sem mencionar o nome do passageiro,
conseguiu comunicar o fato de o homem em questão ser um agente digno
de nota do Escritório, recentemente ativo numa cidade da Europa Central.
— Tem certeza que era ele?
— Sem dúvida alguma.

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