— Às cinco seria melhor para mim, Herr Vogel.
— Tudo bem, sexta às cinco.
— Vemo-nos lá.
— Konrad?
— Sim, Herr Vogel.
— Esse advogado — diga-me como se chama, por favor.
— Oskar Lange, Herr Vogel. É um homem muito competente, já fiz
uso dos seus serviços em muitas ocasiões anteriores.
— Presumo que seja um tipo que compreende o significado da
palavra discrição?
— Discreto, nem sequer dá para começar a descrevê-lo. Está em
muito boas mãos.
— Adeus, Konrad.
O velho desligou o telefone e olhou para Halder.
— Vai trazer alguém com ele? Um aceno lento.
— Ele sempre veio sozinho no passado. Porquê trazer um ajudante
de repente?
— Herr Becker está prestes a receber cem milhões de dólares,
Klaus. Se há um homem no mundo em quem podemos confiar, é o gnomo
de Zurique.
O guarda-costas dirigiu-se à porta.
— Klaus?
— Sim, Herr Vogel?
— Talvez tenhas razão. Telefona a alguns dos nossos amigos em
Zurique. Descobre se alguém já ouviu falar de um advogado chamado Oskar
Lange.
UMA HORA MAIS TARDE, uma gravação do telefonema de Becker
foi enviada por transmissão segura dos escritórios da Becker & Puhl em
Zurique para o apartamento seguro em Munique. Escutaram-na uma vez,
depois outra, e ainda outra. Adrian Carter não gostou do que ouviu.
— Vocês sabem que assim que Radek pousar o telefone, vai fazer
uma segunda chamada para Zurique para verificar o Oskar Lange. Espero
que tenham pensado nisso.
Shamron parecia desapontado com Carter.
— O que acha, Adrian? Nunca fizemos este tipo de coisa antes?
Somos crianças que precisam de orientação?
Enquanto esperava pela resposta, Carter chegou um fósforo ao
cachimbo e puxou a fumaça.