Zalman evitou aproximar-se deles durante a viagem de carro até
Viena. Ligou para o apartamento seguro de Munique e, em poucas palavras,
cuidadosamente escolhidas, informou Shamron que Navot e Becker
estavam dentro do horário e procediam em direção ao alvo. Pelas 16h45,
Mordecai chegou ao Canal do Danúbio. Pelas 16h50 atravessou a linha em
direção ao Primeiro Bairro e estava no trânsito de hora de ponta ao longo
da Ringstrasse. Virou à direita, para uma rua de pedra estreita, e logo na
primeira à esquerda. Um momento mais tarde, parou em frente ao portão
de ferro ornamentado de Erich Radek. Zalman ultrapassou pela esquerda e
continuou a conduzir.
— FAZ SINAL DE LUZES — disse Becker — e o guarda-costas deixa
entrar.
Mordecai seguiu a instrução. Durante breves segundos de tensão, o
portão manteve-se imóvel; então ouviu-se um bater metálico agudo,
seguido do zumbido de um motor.
Enquanto o portão abria lentamente, o guarda-costas de Radek
apareceu na porta da frente, a luz intensa do candelabro brilhava sobre a
sua cabeça e ombros como uma auréola. Mordecai esperou até o portão
estar completamente aberto e avançou para a entrada em forma de
ferradura.
Navot saiu primeiro, depois Becker. O banqueiro apertou a mão do
guarda-costas e apresentou:
— O meu associado de Zurique, Herr Oskar Lange. O guarda-costas
acenou e convidou-os a entrar com um gesto. A porta da frente fechou-se.
Mordecai olhou para o relógio: 16h58. Pegou no celular e ligou um
número de Viena. — Vou chegar tarde para jantar — disse.
— Está tudo bem?
— Sim — disse ele. — Está tudo bem.
ALGUNS SEGUNDOS MAIS TARDE, em Munique, o sinal chegou à
tela do computador de Shamron. Shamron olhou para o relógio.
— Quanto tempo lhes vais dar? — perguntou Carter.
— Cinco minutos — disse Shamron — e nem um segundo a mais.