Folha de São Paulo - 24.10.2019

(C. Jardin) #1

aeee


ilustrada


Quinta-Feira,24DeOutubrODe2 019 C7

18 OUTUBROATÉ 1DEZEMBRO
institutotomieohtake.org.br
inst.tomie.ohtake institutotomieohtake

Conheçaosprojetosselecionados do prêmio
que apresentaasobras mais instigantesda
arquiteturabrasileiranaatualidade.

MINISTÉRIODACIDADANIA, AKZONOBELEINSTITUTOTOMIE OHTAKE
apresentam

EXPOSIÇÃO

PRÊMIODE


ARQUITETURA


2019


INSTITUTO


TOMIEOHTAKE


Fo
to Haruo Mikami

|Projet

oB

LO

CO

Arquitetos

APOIO DE REALIZAÇÃO
MÍDIA

APOIO

PATROCÍNIO IDEALIZAÇÃO/REALIZAÇÃO

Escritora Betty


Milanparticipa de


bate-papo gratuito


SãoPauloAescritoraepsica-
nalistaBettyMilan,respon-
sávelpor obrascomo“ATri-
logia doAmor” e“OPapagaio
eoDoutor”(ed.Record), par-
ticipa de bate-papo promovi-
do pela BibliotecadeSão Paulo
(av. CruzeirodoSul, 2. 630 ,San-
tana) neste sábado ( 26 ), às 11 h.
Gratuito, oencontrocom
leitoresfaz partedoproje-
to Segundas Intençõesetem
mediação do jornalistaecrí-
ticoliterárioManuel da Cos-
taPinto. Nãoénecessáriofa-
zerinscrição paraparticipar.
Autora deromances, ensai-
os, crônicasepeças detea-
tro, Milantemtrabalhos pu-
blicados não apenas no Bra-
sil,comotambém naFrança,
Espanha, Portugal, Argenti-
naeChile.Abibliotecaque
sediaoencontrooferecedi-
versos deles paraemprésti-
mo,caso dorecente“AMãe
Eterna”(ed.Record).

bate-papo
Doisolhares que
Conversam: bauhaus
CentrodePesquisaeFormaçãodo
Sesc,r. Dr.Plíniobarret o, 285, bela
Vista.Às 19h30. De r$4,50ar$15
Aedição de outubrodasérie
de bate-papos do Sesc discu-
te aescola de artevanguar-
distaalemãBauhaus.Para
comentá-la,foramconvi-
dadosoarquitetoGuilher-
me WisnikeacuradoraLui-
zaProença.Amediação é
daeducadoraTâniaRivitti.

eXpoSIÇÃo
Superfícies
Galeria nararoesler,av. europa,
655,Jardim europa. De seg.a
sex.,das 10hàs 19h.Sáb., das
11h às 15h.até30/1. Grátis

Vik Muniz apresenta,apar-
tir destaquinta( 24 ), nova
exposiçãocompostapor
22 trabalhos inéditos,que
exploram as sensações de
ilusionismoerealidade por
meio de diferentestécnicas.

ÉHOJE



  • CamilaFresca


SãoPauloNofinal de julho,
Cristian Buduparticipou do
Festival deVerbier, na Suíça,
um doseventosmaisrespei-
tadosdomundodamúsica
clássica.Orecital de piano
solofoiumsucesso,mas te-
ve umacena de bastidor inu-
sitada: ele havia esquecido a
roupa deconcertonotrem.
Budufoisalvopelo jovem
violoncelistabritânicoShe-
kuKanneh-Mason —músico
de 20 anos que ficoumundi-
almenteconhecido aotocar
nocasamentodopríncipe
Harrycom Meghan Markle,
em 2018 —,que lhe empres-
tousuaroupalogoapóstocar.
Ahistória prosaicareflete
bemapersonalidade do pia-
nistade 31 anos nascido em Di-
adema, na GrandeSãoPaulo.
Depois deVerbier,teveoutros
compromissosnaEuropa, in-
cluindoconcertos em outro
festival suíço, oZermatt,on-
detocoucomaestreladovi-
olinoRenaud Capuçon.
Antesedepois, ele viajoupor
boa partedoBrasil, dandore-
citais solo outocandocomor-
questras.Namúsicadecâma-
ra,pareceigualmenteàvonta-
de tocando ao ladodeAntônio
Meneses —brasileiro conside-

rado umdosmaiores violon-
celistas no mundo—,naSala
SãoPaulo,outocandocom o
pianistaHerculesGomes na
pequenaedescoladaOcaTu-
piniquim, na VilaMadalena.
Apartir destaquinta( 24 ),
elefaz umasérie deconcer-
toscomaOsesp na qualaes-
trelaéo“ConcertoemLáMe-
nor”,deSchumann.
Apeçatem papel crucialem
suacarreira:foicom ela que
conquistou, na Suíça,ocon-
curso ClaraHaskil em 2013
—umadas mais importantes
competiçõesdepiano.Além
deganharoúnicoreconhe-
cimentoconcedido pelo jú-
ri, também levouosprêmios
do públicoedajovem crítica.
Com umarotina pesada de
viagenseconcertos,ele diz que
precisava de“algumadiscipli-
na”etem implementado mu-
danças,como uma alimenta-
çãobalanceadaepoucabebi-
da alcoólica.“Aconcentração
eaentregasão outras”,justi-
fica.Para estudaraté 12 horas
ao dia, ainda precisoudiminu-
ir otempodedicado aosono.
Osacrifíciocompensa ao
subir no palco. “Quantomais
energiavocêtiver acumulada
parapoder entregar na hora,
melhor. Anão ser quevocê te-
nha umcertotipo de frieza,

chegaretocar sempre igual,
mas esse nãoéomeuestilo.”
Buduéfilho deromenos que
emigraram ao Brasil em 1981.
Seus pais,músicos amadores,
iniciaram-no ao piano,mas ele
dizquecomeçou“sem muito
compromisso”egostavadeto-
cartantoquantodejogar fu-
tebol. Sua mãefazia questão
de queosfilhos conhecessem
aculturabrasileira efoi assim
que ele descobriuotrabalho
de AntônioNóbregaefoi ter
aulas no InstitutoBrincante.
Ele diztersaudades dos qua-
se cincoanos que passou na
escolaequeNóbregaoensi-
nou algoessencial: “Não im-
portaoquevocê vá fazerno
palco, aquiloéumportal pa-
ra aimaginaçãodas pessoas.
Mesmo numa peçaabstrata,
énecessário criar um ambi-
ente econtar umahistória”.
Omúsicotambémtem,co-
mo mentoreamigo, aestrela
maior do piano brasileiro, Nel-
sonFreire.FoiNelson que,após
ouvi-lo em 2012 ,aconselhou-o
adisputaroClaraHaskil.
“Meus professoresnão insis-
tiamparaque eu fizessecon-
cursos internacionais,decerta
formame viamcomoum pia-
nistaforados padrões.Nelson
me orientou sobreotipo de
concurso no qual minhafor-

Pianista destaqueda


nova geraçãocaptou


Chopin com maracatu


Filho de imigrantesromenos,opaulistaCristian budu


estuda12horas pordia eganharelevo internacional


ma detocarseria mais apre-
ciada”,conta.
Em boa partedosrecitais
solo,ele interpretaoque po-
dem serconsiderados seus
cavalos de batalha: os 24 pre-
lúdios de Chopinea“Kreisle-
riana”,deSchumann.Dois ci-
closde miniaturasdoperío-
doromânticoquetoca com
domíniotécnicoecompre-
ensão musical, além de cri-
ar todo um universo poético
emtornodelas.Arecepção
do público costuma sercalo-
rosa, mas diz que, porfaltade
tempo,acaba não aprenden-
do outrascoisas.“A goraestou
sentindo necessidade de am-
pliarmeuscaminhos.”
“A primeira vezque estudei
os prelúdiosde Chopin,eues-
tava brigandocomaspeças”,
relembra.“Então, aconteceu
umacoisararaemDiadema:
passou umcortejo de mara-
catu.Eufui atrás, dancei; pa-
rece atéque entreiem transe.
Voltei paracasaeosprelúdi-
os fizeram sentido.”
Ele seexplica: “Eu viaapar-
tituraemesentia obrigado a
fazeralgoqueeunãosabiao
que era.Éprecisodeixarfluir
afantasia, deixaraimagina-
çãoparticipar do processo”.
Nofuturo, diz quererdar au-
las.“Nãosóparapassaroque
aprendi,mas também por es-
tarnum lugarpor umtempo
maior.Sinto faltadeser parte
de umacomunidade.”
Estes planos devemficarpa-
ra daquiaalguns anos, já que
sua agendatemcompromis-
sosaté 2021 —emdezembro,
eletoca noteatro Mariinsky,
emSãoPetersburgo—ein-
cluemfazeroscincoconcer-
tosparapiano deBeethoven
no ano quevem, quando se
comemoram os 250 anos de
nascimentodocompositor.
temporadaosesp: thomsonebudu
SalaSão Paulo,pça. Júlio Prestes,


  1. Qui(24)esex. (25),às20h30;
    Cristian Budu na casa dos pais, em São PauloZanoneFraissat/Folhapress sáb .(26), às 16h30.r$55ar$ 230.

Free download pdf