Folha de São Paulo - 24.10.2019

(C. Jardin) #1

aeee


turismo


D8 Quinta-Feira,24DeOutubrODe2 019


Numa semana atolada de
eventosnacidade—chefsdo


Brasiledomundo palestrando
ecozinhandonoeventoMesa
SãoPauloeaMostraInterna-
cional de Cinema—,comeceia
maratona no domingoassis-
tindoàestreia, na mostra,de
“Flores do Cárcere”, deBarba-


raCunhaePaulo Caldas.
Ocenário do filmeéSantos.
Tradicional destino turístico
paulista,obalneárioémos-
trado por outroângulo,odo


presídiofemininodacidade,
hojedesativado,edeolhares,
de dentro para fora evice-ver-
sa, de algumas mulheres que
passaram por ali, já saíram
eentão seguiramsuas vidas.
Ofilme deveestrear parao
públiconoano quevem,eaí
valeráapenavê-loecomentá-
lo.Por enquanto, poupo meus
leitoresdedesviardenovodo
que me trouxeaeste espaçoe,
no lugardemeestender sobre
obelo longa, me atenhoaco-

mentar aslembranças de uma
cidade que já merecebeu mui-
tasvezes eque frequentemente
me suscita comparaçõescom
outroslugaresno mundo.
Há muitojánãoavisito. Aúl-
timavez,anos atrás,foinuma
passagemrápida movidape-
la curiosidade de visitaroMu-
seu do Café,no edifíciodaBol-
sa do Café, uma luxuosacons-
truçãoecléticade 1922 ,época
em queoproduto trazia ainda
enorme riquezaparaacidade.

Ali,além da visitaaoespa-
ço,épossível espairecer num
café que oferecedegustação
de diferentestipos da bebida.
Foraisso, aidaaessacida-
dequasetãoantiga quantoo
Brasiléuma oportunidade de
conhecermonumentos históri-
cosmais antigos do queaBol-
sa, aqueles dostemposcoloni-
aisedoImpério:osantuário
deSantoAntôniodoValongo
(século 17 ); aigrejaeacapela
de Nossa SenhoradoCarmo

(século 18 );acadeiavelha,hoje
umcentrocultural(jádaépo-
cade dom Pedro 2 º)eoTeatro
Guarany(século 19 ).
Temmaiscoisa paraver,pois
ocentrohistóricodeSantosfoi
restauradoeestavabemcon-
servado naquela minha visita.
Há ainda umabelezaurba-
na de cidade de praia. Suaor-
la éadornadaporum imenso
jardim de mais de cincoquilô-
metroscomgramadoseárvo-
res, que separamcomverdee
sombraafaixadeareia da ave-
nida, criando um suspiroen-
treomar eoscarroseprédios.
Mas, apesar da antiga rique-
za daregião (quetemomaior
portodaAméricaLatina)ter
se baseadonocomérciodeum
produtodaterra,ocafé,agas-
tronomia local nuncaconse-
guiu chamaraminha atenção.
Éonde ficauma gritante di-
ferençacom umaoutracida-
de que—acrediteounão—es-
tá entre as que mefazemlem-
brarSantos.Você nãovaiacre-
ditar,mas estoumereferindo
aSan Sebastián, naEspanha.
Desdeainauguração do
Guggenhein,comaquela ar-
quitetura provocativaefasci-
nantedeFrank Gehry, oPaís
Basco, no nortedaEspanha,
passoudefinitivamenteaser
maisconhecido pelosturistas
por suacapital, Bilbao.
Masénonorteque ficaapé-
rola daregião,San Sebastián,
banhadapelomar dogolfode
Biscaia.Estoufalandocomo
estômago:élembrardacidade
paracomeçarasalivar.
Atéque saísseaedição japo-
nesado Guia Michelin, aquela
eraaáreadoplanetacom mais
estrelas da publicação porqui-
lômetroquadrado.

Agora, quemganhaéTóquio
(o melhoremais seguro lugar
do mundo paracomercom
qualidade). Mas,comoaca-
pital japonesa,San Sebastián
éumtemplodagastronomia
onde se encontraomelhorde
dois mundos:alguns dos mais
sofisticadosrestaurantes do
planetae,aomesmotempo,
lugares informaiscomcomi-
da baratamaravilhosa.
Tirando,porém,oabismo
gastronômicoque separaSan
Sebastián deSantos e,claro, o
fato de queaprimeiraéuma
ricacidadeeuropeiaeaoutra
éuma cidadebrasileira (mes-
mo sendoumadascampeãs
nacionais de qualidade de vi-
da),ambasparecemcompar-
tilhar um astralemcomum,
odecidades antigas de turis-
mo balneário,nas quais algo
do charme do passadoficou.
Ocuriosoéque quando pen-
so emSantos penso na paisa-
gemque se podeverdecima,
dos bonitos morrosadjacen-
tes, mas nuncameimagino na
praia ou no mar.ComSanSe-
bastián,amesmacoisa, nem
penso emcolocaropénaque-
las águas frias, ainda que bo-
nitasàsuamaneira nada tro-
pical(mas só paraolhar).
Sãolocais onde pessoas mais
velhas já não buscamtanta
aventura,parecemprocurar
certapazparaviver; onde a
avalanche do turismoémais
brandaeamenizadapelover-
niz de história; ondeapresen-
çado mar ampliaohorizon-
te do olhareaquietaaalma.
Serámesmo?Podeser ape-
nasoefeitodosol deSantos
torrando os miolos; ou dos in-
contáveisgalões degim-tônica
queconsumi emSanSebastián.


  • Josimar Melo


Críticodegastronomia, autor do “Guia Josimar”, sobrerestaurantes, bareseserviços em São Paulo


Você vai discordar,mas San Sebastián, na espanha, me lembraSantos


Fora acomida...


MaíraMendes


|QUI.Josimar Melo,Zeca Camargo


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Passageiro tem horaparadormiremvoo mais longo do mundo



  • Guilherme Magalhães


SãoPauloForam 19 horas e
16 minutos no ar,atravessan-
do 15 fusos horários e 16. 200
quilômetros.
Ao pousar emSydneynama-
nhã do último domingo( 20 ), o
Boeing 787 da companhia aus-
traliana Qantasprocedentede
NovaYork haviafeitohistória
aocompletarovoocomercial
mais longodomundo.
Abordo, 49 pessoas, en-
trepassageirosetripulantes,
passaram pordiversostestes
afimdeexaminar os efeitos
de uma jornadatãolongano
organismohumano.
Ovoofoioprimeiroexpe-
rimentodaQantasparaim-
plementaroProjetoSunri-
se devoos sem escalas ligan-
do três cidadesdacostales-
te australiana —Sydney, Mel-
bourneeBrisbane—aNova
YorkeLondres.Aprevisão é
iniciar as operações no mais
tardar em 2022.
Paraestevooexperimen-
tal, os pilotos tiveramaati-
vidadecerebral monitorada,
enquantoospassageirosfo-
ramsubmetidosaumarotina
deexercícios,testes mentais
ealimentação balanceada.
AQantas não divulgoure-


sultados detalhados dostes-
tes, masrelatosdepassageiros
mostram que aqueles que de-
sejarem seaventurarapassar
quase 20 horasdentrodeum
avião precisam de disciplina
paravencer ojet lag.

Oavião decolou deNova
York porvoltadas 21 h(horá-
rio local). Em umvoonotur-
no tradicional,ojantar seria
servido poucoapósadecola-
gem, seguido do desligamen-
to das luzes nacabine.

Nestecaso,porém, era
precisocomeçaraajustar
orelógio biológicodos pas-
sageiros ao fuso deSydney,
onde na horadadecolagem
passavampoucos minutos
do meio-dia.

Sydney

NovaYork

Distância:
16 , 2 mil km
Duração:
19 he 16 min

EUA

AUSTRÁLIA

Asluzes se mantiveram ace-
sas,aprimeirarefeição servi-
da traziabacalhaucommolho
picante—feitoparamanter o
passageirodesperto—eses-
sõesdealongamentos porto-
daaaeronavemantinham o
grupo de olhos bem abertos.
Oestímuloaosono na hora
certa, ou seja, quando emSyd-
neyanoitecia, veio na segunda
metade dovoo, comumjan-
tarricoemcarboidratos an-
tesdeasluzes se apagarem.
Horas antes do pouso,ocafé
da manhãtrazia mix de grãos,
purêdeabacate, queijoquen-
te esaladadeervas. Segundo
estudos utilizados pela Qan-
tas, aalimentaçãoabordo é
parteessencial docombate
aos efeitos do jet lag.
Onúmeroreduzido de pas-
sageiros nestevooexperimen-
talpermitiu quetodosabor-
do ocupassem as poltronas

da classeexecutiva.
Para os futurosvoos comer-
ciais do projeto, opresidente
da Qantas, AlanJoyce,prome-
te assentos da classeeconômi-
ca commais espaçoparaas
pernaseuma área no fundo
doavião paraque os ocupan-
tespossam se alongar.
Joyce,que esteveabordo do
vooteste,destacouaecono-
mia detempo emrelação ao
vooregularNovaYork-Sydney,
comescalaemLos Angeles.
“Nossovooregularcom
uma parada decolou três ho-
rasantes do nossovoodire-
to,mas chegamos algunsmi-
nutos antes. Economizamos
umtempo significativoao
não pararmos.”
AtéofimdesteanoaQan-
tasdevedecidir qual aerona-
ve seráaescolhida para os vo-
os ultralongos —acompanhia
analisaasopções apresenta-
das por AirbuseBoeing,que
precisam de modificações pa-
ra termaior alcanceemaior
peso máximo de decolagem.
Outros doisvoostestees-
tãoprevistos paraesteano:
um segundo entreacidade
americanaeSydneyeopri-
meiroparaLondres,comdu-
raçãoestimada de 20 horas e
30 minutos.

Passeirosetripulação seexercitam durantevoo de 19 horas da Qantas JamesD. Morgan/AFP
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