Alzheimer, Aneurisma e AVC - Ano 1 nº 1 (2018)

(Antfer) #1
Consultoria Ana Cláudia Piccolo, professora do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina; Roberta Paciência, musicoterapeuta Foto GettyPremium.com

que para de ser “alimentado”, o neurônio
interrompe o disparo de pulsos elétricos e
passa a economizar energia para manter a
integridade de suas membranas. Isso leva
à perda temporária de função da região do
cérebro envolvida no AVC e, caso esse fluxo
não seja reestabelecido nas primeiras horas,
essas células entram em falência e morrem,
o que resulta em lesões cerebrais. “Os AVCs,
quando não matam, deixam várias sequelas.
As consequências são: comprometimento da
mobilidade, da fala, da cognição, da visão,
entre outros”, indica a professora do curso
de Medicina da Faculdade Santa Marcelina,
Ana Cláudia Piccolo. Portanto, reconhecer
os sinais e recorrer a ajuda rapidamente são
fatores essenciais para que o indivíduo possua
chance de recuperação.


sintomas do avC
“Os sintomas variam de acordo com a
localização e o tamanho desse acidente vas-
cular cerebral. Sinais neurológicos podem
ocorrer de forma isolada ou em combinações
diversas”, pontua a musicoterapeuta Roberta
Paciência. Os indícios mais comuns são:



  • Perda da visão;

  • Visão dupla;

  • Fraqueza e dificuldade em caminhar ;

  • Alteração da sensibilidade, com sensação
    de formigamento na face, braço ou perna em
    um dos lados do corpo;

  • Modificação da fala, incluindo dificuldade
    para articular, expressar ou compreender a
    linguagem;

  • Alterações nas funções cognitivas superiores,
    como confusão mental, desorientação espa-
    cial, negligência e dificuldade de memória;

  • Cefaléia (dor de cabeça).


Por que e com quem acontece?
O AVC atinge pessoas de todas as idades,
entretanto, é raro na infância. É importante
conhecer as causas dessa doença, já que
muitas delas são controláveis. São os cha-
mados fatores de risco modificáveis e toda a
prevenção é baseada neles (confira mais na


última página). Por outro lado, existem alguns
que não podem ser modificados, que são os
genéticos. Entenda mais sobre eles a seguir:

Não modificáveis: “Embora o AVC possa
ocorrer em qualquer idade e com qualquer
sexo, cada um desses fatores não passíveis de
modificação afetam a incidência dos acidentes
vasculares cerebrais. O determinante mais co-
mum para essa doença é a idade, sendo mais
comum aos 60 anos. A incidência é maior em
homens, primordialmente aqueles já com his-
tórico familiar de acidente vascular cerebral”,
explica Roberta. Apesar da população mas-
culina ser mais suscetível e desenvolver AVC,
mulheres também correm risco ao combinar
o tabagismo ao uso de anticoncepcional oral.

Modificáveis: “O AVC é o resultado de uma
vivência de anos que aumentou a probabi-
lidade de o indivíduo desenvolver o proble-
ma, como hipertensão e doenças cardíacas,
especialmente fibrilação atrial (palpitações
cardíacas), diabetes, hipercolesterolemia,
inatividade física, tabagismo e abuso de ál-
cool”, lista Roberta.

Tratamento
“O melhor tratamento para o AVCI é a
recanalização do vaso obstruído, o que é
alcançado por meio da infusão venosa do
alteplase (medicamento usado para dissolver
os coágulos sanguíneos) em até quatro ou
cinco horas do início dos sintomas. Já o trata-
mento do AVCH (AVC hemorrágico) depende
da localização e do tamanho do hematoma
encefálico, podendo haver necessidade de
tratamento cirúrgico (remoção do hematoma,
válvulas etc)”, explica Ana Cláudia.
Os tratamentos para reabilitação podem
incluir fonoaudiologia, fisioterapia, terapia
ocupacional e musicoterapia. “No caso de
paciente com AVC, a musicoterapia é bastante
indicada para reabilitar a fala, a comunica-
ção, o emocional e as relações interpessoais,
usando a música como um agente facilitador
para esse tratamento”, finaliza Roberta.

“A cada minuto
morrem mais ou
menos 1,9 mi-
lhões de neurô-
nios, portanto,
tempo é cére-
bro”, Ana Cláudia
Piccolo, profes-
sora do curso
de Medicina da
Faculdade Santa
Marcelina

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