Alimentos para Memória - Ano 5 Nº 6 (2018)

(Antfer) #1
Uma forma de equilibrar os nutrientes é
variar a dieta. A natureza oferece uma diversi-
dade de frutas, verduras, legumes e especiarias
e cada vegetal possui uma combinação diferente
de substâncias benéficas. Assim, se durante a
semana você comeu alface, tomate, cenoura e
batata, que tal mudar a listinha da feira na sema-
na seguinte e trazer para casa rúcula, abóbora,
inhame e pimentão, por exemplo? Quanto mais
fresco o alimento for, mais nutrientes ele terá.

Por que evitar o açúcar?
O principal vilão aqui é a sacarose, aquele
açúcar branco, geralmente acrescentado ao café,
chá e até aos sucos de frutas, usados em recei-
tas de bolos e tortas, ingrediente de sorvetes
e biscoitos recheados. Mas o alerta para não
consumir em excesso vale para outros tipos de
açúcar também, como a frutose, natural das
frutas e usado como adoçante. Isso porque essas
substâncias ( frutose e sacarose, todas conhe-
cidas como açúcar) são igualmente quebradas
em moléculas de glicose – o que acontece com
todo carboidrato simples, aliás, como a farinha
branca -, cujo excesso no sangue pode levar a
uma série de doenças.
Um estudo da Universidade da Califórnia
em Los Angeles, nos Estados Unidos, realizado
em 2012, revelou que uma dieta rica em frutose
dificulta a aprendizagem e a memória. Os pes-
quisadores avaliaram ratos que consumiram
grande quantidade da substância e tiveram as
atividades sinápticas no cérebro danificadas,
o que quer dizer que a comunicação entre as
células nervosas ficou prejudicada. Isso porque o
excesso de açúcar leva a um processo chamado
de resistência à insulina. Este é um hormônio
que controla os níveis de glicose no sangue,
ajudando as células a usarem a glicose para
obter energia. No cérebro, a insulina ajuda nas
conexões sinápticas, mas, quando há um con-
sumo exagerado de açúcar, é como se ela fosse
mais requisitada para queimar tudo o que foi
consumido, prejudicando, portanto, a cognição.
E ainda tem os outros diversos malefícios
causados pelo consumo excessivo de sorvetes,
biscoitos, balas, chocolates, pães brancos, en-
tre outros produtos. “Esse exagero aumenta os
triglicerídeos no sangue e, consequentemente,

o entupimento dos vasos. Como o açúcar é
um alimento que forma acidez, pode causar
doenças, pois quanto mais ácido o meio interno
do organismo, mais chances de determinados
micro-organismos se proliferarem”, diz a nutró-
loga Luciana Carneiro.
Como evitar, então? A primeira medida é
simples: pare de comprar produtos ricos em
açúcar. Se eles não estão no armário de casa,
na gaveta do trabalho, na bolsa, não há como
consumir. Quer um produto mais saudável para
os lanches? Então passe a ler com atenção o
rótulo de todos os alimentos que adquirir. Na
lista de ingredientes, o que vier primeiro é o que
está em maior quantidade no alimento – fuja,
portanto, daqueles que possuírem açúcar ou
farinha branca como itens primários (eles podem
vir com nomes disfarçados, como carboidratos
ou farinha enriquecida com ferro e ácido fólico).
Deixe de adoçar bebidas, reduza pela metade a
quantidade de açúcar utilizada nas receitas e, se
quiser algo doce, troque o chocolate branco ou
ao leite pelo amargo. Com o tempo, o paladar
se acostuma ao sabor natural dos alimentos.

Durante o tratamento de Alzheimer
Os alimentos benéficos citados são impor-
tantes tanto na prevenção de doenças quanto
no controle delas. Para pacientes com Alzhei-
mer, não há alimentos proibidos, mas as ade-
quações devem ser feitas de acordo com as
necessidades individuais (daí a importância
do acompanhamento de um profissional). “A
intervenção dietoterápica tem como principal
objetivo evitar o excesso ou a perda de peso,
com risco aumentado de desnutrição e de de-
sidratação. Prevenir constipação, incentivar o
paciente a alimentar-se sozinho, evitar a disfagia
(dificuldade para engolir) e, principalmente, nu-
trir de forma adequada são os objetivos desse
acompanhamento”, salienta Keli.
Para pacientes que estão em estágio avançado
da doença, a alimentação pode se tornar ainda
mais complicada e a necessidade de orientação
nutricional, ainda mais importante. “A dieta pode
ser mais pastosa, com purês ou até mesmo líqui-
da, e requer suplementação e maior atenção do
profissional. Como o maior problema nessa fase
é a desnutrição, é preciso atenção ao sabor da

alimentos


Não se esqueça
da hidratação!
Pacientes com
Parkinson


devem beber
bastante água
durante o dia.
O líquido facilita
a deglutição


e combate a
constipação

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