PC Guia - Edição 264 (2019-01)

(Antfer) #1

como no caso do Unreal (Epic
Games). Este licenciamento
tornou-se também uma fonte
de rendimento para as editoras
de software porque, na altura, o
licenciamento de um motor de jogo
ia dos milhares aos milhões de euros.


A EVOLUÇÃO


Embora tenham começado por ser
utilizados, principalmente, em
FPS, os motores de jogo evoluíram
para outros géneros, como os RPG,
normalmente mais complexos em
termos de lógica. Inicialmente,
tiveram de ser adaptados às especifi-
cidades dos RPG, mas hoje em dia já
existem vários motores de jogo que
incluem todas as ferramentas para
criar títulos do género.
Para garantir a compatibilidade
com as diversas plataformas
disponíveis (consolas, computadores
e dispositivos móveis), os motores
de jogo trabalham em conjunto com
as mais diversas API (Application
Programming Interface) que
servem como “tradutores” entre
os comandos presentes nos
programas e os comandos que o
hardware aceita e que garantem
aos programadores não terem de
escrever código específico para elas.
Essas API estão, principalmente,
relacionadas com gráficos 2D e 3D,
como a Direct3D (que está incluída
na biblioteca de API DirectX para
Windows) ou a OpenGL uma API
para a gestão de gráficos em 3D
suportada por vários fabricantes de
hardware gráfico.
Existem muitos outros componentes
externos que podem ser usados em
conjunto com os motores de jogo
que servem para facilitar a criação
de elementos específicos como
os elementos relacionados com a
reprodução de vídeo, física, áudio ou
renderização de objectos em tempo
real. Aqui ficam alguns dos motores
de jogo mais conhecidos, das
centenas que existem hoje em dia.


FROSTBITE
O motor de jogo criado pela Electronic Arts
criado em 2008 estreou-se no jogo Battlefield:
Bad Company. Hoje, é usado em praticamente
todos os títulos principais editados pela
empresa nos últimos anos, como os jogos das
séries FIFA, Battlefield, Need for Speed e Dragon
Age. O Frostbite pode ser utilizado na criação de
jogos para consolas e Windows.

ANVIL

Lançado em 2007 sob a designação ‘Scimitar’,
teve a sua estreia no primeiro episódio da que
viria a ser a muito bem-sucedida saga Assassin’s
Creed, da Ubisoft. Mudou de nome em 2009 e
tornou-se o motor de jogo mais usado pela casa
de software francesa, aparecendo em títulos
como Rainbow Six Siege, o jogo de ski Steep,
For Honor ou Prince of Persia.

BLENDER

Este motor de jogo de código aberto está
principalmente focado na criação de títulos para
PC. É gratuito, mas pode ser usado em projectos
comerciais.

ID TECH

O motor de jogo da id Software, um dos primeiros
a aparecer, está agora na versão 6. É compatível
com consolas (todas) e Windows, sendo usado
nos títulos da id e da Bethesda como o reboot da
série de jogos Wolfenstein.

CRYENGINE

Em 2004, Far Cry entrou pela porta grande no
mercado dos jogos FPS. Era um jogo que dava
um grande grau de liberdade ao utilizador para
abordar a progressão numa ilha tropical onde se
passava a acção e tinha gráficos como nunca
se tinha visto até então num jogo deste género.

Os gráficos realistas eram possíveis graças ao
motor CryEngine, desenhado dois anos antes
pelo estúdio alemão Crytek. Ao longo dos anos o
CryENgine tem sido usado em dezenas de jogos,
sendo os mais conhecidos os da série Crysis
(CryTek), Prey (Bethesda) ou State of Decay
(Microsoft). Curiosamente também foi utilizado
por exércitos para a criação de simulações para
o treino de soldados.

ROCKSTAR ADVANCED GAME
ENGINE (RAGE)
Como seria de esperar, este motor de jogo é
usado em todos os jogos da Rockstar como
Grand Theft Auto, Red Dead Redemption e
Max Payne. Pode ser usado para a criação de
conteúdos para consolas (incluída as da geração
anterior) e Windows.

SOURCE

O motor de jogo da Valve foi lançado em 2004
com o jogo Half Life 2 e, desde aí, tem sido usado
em alguns dos jogos mais populares de hoje,
como DOTA, Team Fortress, Counter Strike Global
Offensive ou nos jogos Titanfall da Electronic
Arts. Um dos pontos mais fortes do Source é o
facto de ser altamente modular, o que permite
evoluções rápidas e acrescentar facilmente
novas funcionalidades, à medida que novas
tecnologias vão aparecendo.

UNITY

O Unity está disponível em duas versões: a
gratuita, mas limitada, e a Pro, que custa cerca
de 1500 euros, completa. O Unity pode ser
usado na criação de títulos para praticamente
todas as plataformas disponíveis actualmente,
incluindo smartphones e consolas. O realizador
Neill Blomkamp está a usar o Unity na criação de
curtas metragens de ficção científica publicadas
no YouTube, através da Oats Studios.

PCGUIA / 25
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