Público - 05.10.2019

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Público • Sábado, 5 de Outubro de 2019 • 25

ECONOMIA


Breves


Internacional


Tecnologia


Taxa de desemprego


nos EUA cai para


mínimo desde 1969


HP vai despedir até


9000 trabalhadores


em todo o mundo


A taxa de desemprego nos
Estados Unidos recuou em
Setembro para 3,5%, o nível
mais baixo desde Dezembro
de 1969, anunciou ontem o
Departamento do Trabalho. Os
números de Agosto foram
revistos em alta e nesse mês
foram criados 168 mil
empregos, em vez dos 130 mil
calculados inicialmente, com
uma taxa de desemprego de
3,7%. Em Setembro, a
economia norte-americana
deu origem a 136 mil postos de
trabalho, número que ficou
abaixo do esperado, uma vez
que os analistas antecipavam
147 mil novos empregos. Com
estes dados, as bolsas de Wall
Street reagiram em alta,
atenuando os receios de
abrandamento económico.


A multinacional HP anunciou
esta sexta-feira um vasto
plano de reestruturação que
vai levar ao corte de 9000
empregos de um total de 55
mil que o fabricante de
computadores e impressoras
norte-americano emprega. O
objetivo do plano de
reestruturação é transformar o
grupo empresarial
norte-americano numa
empresa mais digital e
orientada para os serviços. A
dispensa de entre 7000 e
9000 trabalhadores em todo o
mundo vai realizar-se em três
anos, através de
despedimentos com mútuo
acordo e passagem à situação
de pré-reforma. A HP nasceu
da separação da
Hewlett-Packard, a gigante da
tecnologia com sede na
Califórnia.


É uma espécie de revolução anuncia-
da aquela que vai decorrer na estru-
tura da Anacom nos próximos meses.
A entidade que regula o sector das
comunicações lançou simultanea-
mente, na quinta-feira, 12 anúncios
de concurso para cargos de director,
incluindo para quatro direcções-ge-
rais: de regulação, de informação e
inovação, de pessoas e recursos Ænan-
ceiros e de supervisão.
As candidaturas estarão abertas até
dia 31 de Outubro e podem candida-
tar-se proÆssionais da casa ou de fora.
A decisão sobre cada contratação
caberá ao conselho de administração
encabeçado por João Cadete de
Matos. A entidade reguladora expli-
cou ao PÚBLICO que o novo modelo
de organização “foi concebido em
articulação com o quadro legal que
enquadra” a sua actuação e visa tor-
ná-la “mais ágil, mais integrada e mul-
tidisciplinar”.
A mudança ocorre num momento
estrategicamente relevante para o
sector, em que a Anacom terá pela
frente desaÆos como a introdução em
Portugal do 5G ou a renegociação do
contrato de concessão do serviço
público postal entre o Estado e os
CTT. O regulador revelou que a última
alteração no modelo organizativo
ocorreu há dez anos, pelo que “impor-
tava adoptar uma estrutura mais eÆ#
ciente e menos verticalizada”.
A actual estrutura engloba dez
direcções, de onde emanam 27 divi-
sões, sete áreas e 16 núcleos. A nova
“será composta por 12 unidades”:
quatro direcções-gerais, cinco gabi-
netes e três delegações (Porto, Açores
e Madeira).
Além das quatro direcções-gerais,
a Anacom pretende contratar direc-
tores para os gabinetes de contencio-
so, de apoio ao conselho de adminis-
tração, de auditoria interna, de comu-
nicação e de relações externas e
desenvolvimento. Também serão
contratados directores para as dele-
gações, que passarão a ser reconhe-
cidas como estruturas autónomas.

Anacom revoluciona


organização interna com


12 concursos para directores


que actualmente ocupam cargos de
topo nas várias áreas há muito sabiam
estar numa posição a prazo (ainda
que possam candidatar-se no actual
processo).
O lançamento dos concursos vem
pôr cobro a uma situação de indeÆni-
ção que se arrastava há perto de um
ano, mas tem motivado reparos. Fon-
tes ouvidas pelo PÚBLICO questio-
nam, por exemplo, os requisitos exi-
gidos para as várias áreas, que consi-
deram ser algo genéricos.
O PÚBLICO questionou a Anacom
relativamente ao perÆl para o cargo
de director-geral de regulação, em
que se considera que “o conhecimen-
to na área das comunicações e aÆns é
valorizado, não sendo um critério
eliminatório”.
Sobre se um candidato com conhe-
cimento deste sector estaria melhor
preparado para cumprir algumas das
funções descritas — como “participar
na deÆnição do quadro legal das
comunicações e respectivas infra-
estruturas, na concretização da acti-
vidade regulatória, consignação dos
recursos espectrais e de numeração,
bem como contribuir para a seguran-
ça das comunicações” —, fonte oÆcial
da Anacom replicou que o que se
pede (à semelhança do que sucede
para a direcção de supervisão) é

alguém com “experiência proÆssio-
nal mínima de dez anos em qualquer
das vertentes da actividade regula-
tória”.
Além disso, pede-se “espírito de
missão e serviço público e valoriza-se
o conhecimento na área das comuni-
cações, entre outros requisitos”, res-
pondeu a Anacom, frisando que o
objectivo é “assegurar candidatos
qualiÆcados e com experiência que
podem ser ou não oriundos da pró-
pria instituição”.
Apesar de destacar o espírito de
serviço público nos perÆs, a Anacom
não está impedida de ir buscar cheÆas
ao sector privado. Contudo, é-lhe bar-
rada (pelos estatutos) a nomeação de
“quem seja, ou tenha sido, membro
dos corpos gerentes das empresas do
sector das comunicações nos últimos
dois anos” ou quem “seja, ou tenha
sido, trabalhador ou colaborador per-
manente” destas empresas “com
funções de direcção ou cheÆa no mes-
mo período de tempo”.
Da mesma forma, quando saem da
Anacom, os titulares de cargos de
direcção não podem estabelecer,
durante dois anos, vínculos ou rela-
ções contratuais com empresas do
sector que estiveram a regular.

Telecomunicações
Ana Brito

Regulador
das comunicações lança
12 concursos para
directores em simultâneo
e muda estrutura

A nova estrutura
“será composta

por 12 unidades”:


quatro


direcções-gerais,
cinco gabinetes

e três delegações


DANIEL ROCHA

João Cadete de Matos tem estado na mira das críticas dos operadores de telecomunicações

[email protected]

As direcções-gerais serão organiza-
das em “equipas de composição variá-
vel e com âmbitos de actuação bem
deÆnidos, privilegiando-se uma orga-
nização por áreas multidisciplinares
e assegurando-se a Çexibilidade das
equipas e a mobilidade dos seus mem-
bros e respectivas lideranças”. Já os
gabinetes serão “estruturas de dimen-
são tendencialmente reduzida”.
Com a mudança, a Anacom garan-
te que Æcará “mais bem capacitada”
para enfrentar as exigências da regu-
lação do sector das comunicações
electrónica e postal e das actividades
espaciais (depois de assumir proviso-
riamente as competências de Autori-
dade Espacial Portuguesa).
Segundo informações recolhidas
pelo PÚBLICO, o novo modelo já
tinha sido anunciado internamente
há vários meses, pelo que as pessoas
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