Público - 05.10.2019

(nextflipdebug5) #1
Sábado, 5 de Outubro de 2019 | FUGAS | 21

designer madeirense — responsável,
entre outros, pelo projecto de inte-
riores de um outro hotel do grupo
AFA, o Saccharum, na Calheta —co-
nhecia bem o antigo Savoy. “Se
fechar os olhos, consigo visualizar
tudo”, recorda. “É que nós vivíamos
no hotel.”
O desaÆo admite, foi “não desvir-
tuar o antigo”. Os tons rosa que pon-
tuam a decoração são disso exem-
plo, bem como as peças de mobiliá-
rio restaurado que partilham o
espaço com o design contemporâ-
neo e de tamanho XL com a assina-
tura Nini Andrade Silva. Durante
três anos, 18 pessoas trabalharam,
exclusivamente, com um objectivo:
“Levar a Madeira para dentro do
hotel”.
É no spa — “o maior de Portugal,
em área” — que a homenagem à ilha
está mais presente. Inspirado na
Floresta Laurissilva (Património da

Savoy Palace
Av. do Infante 25
9004-542 Funchal — Madeira
Tel.: 291 213 000
https://www.savoysignature.
com/savoypalacehotel
Preços: quarto duplo a partir
de 250€/noite; suítes
a partir de 300€/noite

Para além dos pacotes
personalizados do
Laurea Spa e dos
circuitos programados de
relaxamento, o hotel está a
preparar experiências externas
e “exclusivas”. Uma delas vai
incluir um passeio de barco pela
costa Sul da Madeira, entre o
Savoy Palace e o Saccharum,
na Calheta, com direito a
paragem para mergulhos e
snorkeling a caminho de um
almoço no outro hotel do grupo.
Para os menos aventureiros, o
centro histórico do Funchal está
a 15 minutos a pé de distância.

Ainda em regime
de soft opening,
são três os restaurantes
activos no Palace. O Jacarandá
Lounge&Club e o Galáxia
Skyfood ocupam o último piso,
em pontas opostas do edifício:
o primeiro é vocacionado
para experiências premium
e eventos privados, o segundo
serve jantares pensados pela
equipa do chef executivo
do hotel, Carlos Gonçalves.
Junto à piscina principal,
a opção do Alameda
é a cozinha portuguesa e
mediterrânica.

FOTOS: HENRIQUE SERUCA

i


A Fugas viajou a convite
do Savoy Palace

ano. Em cada uma das extremida-
des, no último piso, há um bar e
restaurante, esplanada com vista
mar e montanha, duas piscinas inÆ#
nitas e vontade de recuperar a tra-
dição festiva do antigo hotel, já a
pensar nas noites de Æm de Dezem-
bro. A expressão que mais se ouve
para o descrever é “experiência
exclusiva”, não fosse este um cinco
estrelas superior a apontar para os
mercados norte-americano, russo e
brasileiro, com pacotes que incluem
viagem em jacto particular e estadia
em suíte presidencial, serviço de
mordomo incluído.

Destruir muros
(reais e metafóricos)

Uma das características do antigo
Savoy eram os muros que rodeavam
a propriedade, separando os hóspe-
des de quem passava pela Avenida

do Infante. Destruí-los fez parte do
novo projecto para o hotel desde o
início. “A abertura à cidade é o que
o distingue. Os muros caíram pro-
positadamente”, vai explicando
Nuno Antunes, director responsável
pelo desenvolvimento corporativo
e pela inovação. Os madeirenses,
que “sempre frequentaram os
hotéis”, sobretudo em datas espe-
ciais, são agora convidados a entrar,
nem que seja para fotografar o can-
deeiro do lobby. Desenhado — tal
como todas as peças de design — por
Nini Andrade Silva, chama a atenção
pelos dez metros de altura e cinco
quilómetros de correia, em tons
rosa. E isto reÇectido no espelho de
12 metros que recebe os hóspedes
na hora do check-in.
“Construir aquilo ali foi uma lou-
cura”, deixa escapar Nini Andrade
Silva, durante um almoço, sobre o
candeeiro. A equipa de trabalho da

Humanidade protegido pela
UNESCO há 20 anos), o Laurea Spa
assume a morfologia dos antigos
túneis (ou furados) que permitiam
as comunicações pela ilha e desen-
volve-se em espiral, num ambiente
escurecido que abre caminho até à
piscina aquecida, com áreas distin-
tas e privacidade.
Para último Æca um dos aspectos
mais importantes em qualquer
hotel: o pequeno-almoço. Servido
num dos restaurantes ao nível da
piscina exterior, tem praticamente
tudo o que se possa sonhar pedir
para começar o dia. Frutas da ilha,
saladas, queijos, pratos quentes e
frios e uma área de showcooking
onde se podem encomendar ovos,
panquecas e crepes. O mais difícil,
já se prevê, é escolher.

não é opressiva: os corredores dos
pisos são silenciosos, com vista
para a encosta do Funchal, e os hós-
pedes acabam por dispersar-se
pelos muitos espaços comuns do
hotel. Ao nível da piscina principal,
lá em baixo, percebe-se o propósito
da solução, encontrada pelo gabi-
nete de arquitectura Saraiva + Asso-
ciados e pelos RH+ Arquitectos,
para minimizar o impacto dos 17
andares: a vegetação suspensa por
entre andares alternados cria a ilu-
são de um edifício mais pequeno,
escondendo a estrutura de betão e
contribuindo, assim, para o equilí-
brio térmico.
A história da hotelaria na Madeira
também conta a história do Funchal
e da ilha: o Savoy era conhecido
pelos bailes e pela discoteca Galá-
xia, a partir de onde se tinha uma
visão privilegiada sobre o fogo-de-
artifício da noite de passagem de

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