Muito aléM do onix PluS
Relembre outros carros que tiveram falhas graves após lançamento – poR rodrigo ribeiro
O
incêndio dos Onix Plus (veja pág. 80)
chamou a atenção por se tratar de um
carro que acaba de chegar às lojas. Mas
não é a primeira vez que a indústria vê re-
cém-chegados se tornarem alvos de cor-
reções logo após o lançamento. Relembre
casos famosos com modelos que tiveram
falhas com pouco tempo de vida.
via expressa
28 quatro rodas dezembro
renault kwid
Seu projeto era tão simples que foi
reprovado em 2016 num crash-test
com um carro indiano. a renault
logo anunciou que o kwid brasileiro
teria estrutura reforçada e viria com
quatro airbags de série. Mas uma
série de recalls após seu lançamen-
to promoveram correções no início:
trincas nos freios, erro na monta-
gem do tubo de combustível e risco
de rompimento do berço do motor.
MercedeS-benz
claSSe a ( 1 ª geração)
em 1996, foi anunciado como “seu
primeiro Mercedes”– até ergueram a
fábrica em Juiz de Fora (Mg) só para
ele. Mas a empolgação ruiu quando
capotou no teste do alce de uma re-
vista sueca. culpa da suspensão ma-
cia e do centro de gravidade elevado.
a Mercedes teve que equipar o carro
com o que havia de mais moderno
em segurança, incluindo eSP.
F ord exPlorer e FireStone
após mais de 200 acidentes nos eua
nos anos 90, perceberam que todos
envolviam a explosão dos pneus, da
Firestone, antiga parceira da Ford.
cada marca culpou a outra, citando
erro de projeto da suspensão e falha
dos compostos. a briga provocou
um recall gigantesco para troca dos
pneus, mas o dano maior envolveu
a dupla: nunca mais trabalharam
juntas em grandes projetos.
audi tt ( 1 ª geração)
Seu marcante visual acabou
gerando um problema. como não
tinha aerofólio traseiro, havia a
tendência da traseira levantar e o
carro perder o equilíbrio em alta
velocidade. após alguns fatais na
europa, em 1999 a audi atualizou o
eSP, alterou a suspensão e incluiu
um aerofólio no porta-malas,
penalizando o visual. na segunda
geração, veio a asa móvel retrátil.
troller Pantanal
a primeira e única picape feita pela
marca, então 100% nacional, foi
fabricada em 2006, um ano antes
de a Ford comprar a empresa de
Horizonte (ce). em 2008, a Ford
promoveu uma ação inédita até
hoje: recomprou e destruiu as 77
unidades produzidas. a alegação era
de que a Pantanal tinha problemas
irreversíveis e que a melhor solução
era ressarcir os proprietários.
VolkSwagen Fox
o hatch de 2003 tinha um banco
traseiro corrediço, para ampliar o
porta-malas. Para rebater o banco,
puxava-se uma alça flexível ligada a
uma argola metálica. Só que o me-
canismo induzia o dono a puxar pela
argola, que se recolhia rapidamente
ao ser destravada: quase uma deze-
na de motoristas perderam parte
dos dedos, esmagados pela argola.
um recall só foi feito em 2008.
Fiat tiPo ( 1
a
geração)
o hatch importado chegou ao brasil explodindo nas
vendas, oferecendo bom pacote de equipamentos e
desempenho atraente de seu motor 1.6 16V. Mas foi
a versão com esse propulsor que sofreu incêndios
inexplicáveis, muitos com o carro desligado na
garagem. o motivo era uma mangueira da direção
hidráulica que se rompia se o motorista segurasse
a direção até o fim do curso por muito tempo. isso
fazia com que o fluido caísse sobre o escapamento,
causando o incêndio. a falha foi corrigida após um
recall, mas vários proprietários processaram a Fiat.
Ford Pinto
a polêmica não teve a ver com o nome – nos eua, onde era vendido, era só um
tipo de pele de cavalo. o problema era o tanque de combustível colocado logo
atrás do para-choque traseiro, que se rompia em colisões traseiras, ocasio-
nando chamas severas e até mortes. o pior veio em 1977, com a descoberta do
memorando interno da Ford de 1973, analisando o custo/benefício de um
recall: seria mais barato arcar com indenizações do que fazer os reparos. o es-
cândalo tomou proporção mundial e a Ford se viu obrigada a fazer uma série de
modificações no Pinto para sanar a grave tendência de incêndios em acidentes.
incêndios no
tipo importado
queimaram a
imagem do Fiat