dezembro quatro rodas 31
via expressa
Q
uem perguntar a Felipe Montoya
Bueloni se vale a pena perseguir
seus sonhos ouvirá um “sim” de
pronto. É fácil entender o motivo.
Nascido em Piracicaba (SP), Felipe
gostava de sentar para desenhar as-
sim que chegava da escola. Valia qual-
quer desenho, mas principalmente
carrinhos. Seus pais notaram essa ap-
tidão e o colocaram em uma escola de
arte aos 8 anos de idade – que fre-
quentou até os 15 anos.
A perseverança e a paixão por car-
ros o levaram longe, geográfica e pro-
fissionalmente. Hoje com 36 anos,
Felipe Montoya é o pai do design exte-
rior do novo Volkswagen Golf. Mas
levou algum tempo para perceber que
poderia fazer do design sua profissão.
As informações eram mais escas-
sas na época, sobretuto em Pira-
cicaba. “Foi aos 17 anos, quando co-
mecei a cursar engenharia civil na
Unicamp, em Campinas, que fiquei
sabendo que havia curso de design
voltado a automóveis em outra uni-
versidade.” Ele ainda tentou fazer os
dois cursos simultaneamente, mas
logo viu que seu caminho seria o de-
sign, em especial o de automóveis.
No terceiro ano da faculdade, de-
cidiu participar do concurso de de-
sign promovido anualmente pela
Volkswagen do Brasil. Ficou entre os
dez melhores, mas só os três primei-
ros fariam estágio no fabricante.
Em 2006, tentou de novo. Foi
quando sua proposta para o tema foi
“Qual é o Próximo Sedan Volks-
wagen?” venceu a competição. Mas
nem chegou a esquentar a vaga de
estágio no Volkswagen Design
Studio, em São Bernardo do Campo
(SP). “Tudo aconteceu muito rápido.
Meu chefe na época, Gerson Barone,
então chefe de design no Brasil, me
ofereceu a posição de designer de ex-
teriores após seis meses. Agarrei essa
vaga, que em 2009 acabou me levan-
do à sede da VW, em Wolfsburg.”
Lá, ele trabalhou nos carros da
marca para o Brasil e a América
Latina. “A ideia inicial era ficar três
meses, mas Klaus Bischoff (chefe glo-
bal de design da Volkswagen) acabou
selecionando propostas minhas para
projetos como o do Gol G6 e o do
Novo Fox.” O que era para ser três
meses já soma mais de dez anos.
Após trabalhar sob o comando do
também brasileiro Marco Pavone (en-
tão chefe de equipe e hoje diretor de
design exterior da VW), Felipe acabou
na equipe fixa do departamento em
- Desde então eternizou sua cria-
tividade em carros como o novo Bora
chinês, o elétrico ID.3 e, claro, o novo
Golf, que tem um gostinho especial
para Felipe por ter sido o primeiro
com design exterior chefiado por ele.
“Quando me convidaram, senti
que tinha ganhado a Champions
League”, admite emocionado, antes
de começar a me explicar os traços
mais importantes da nova geração do
VW mais vendido da história.
Essa nova geração do Golf terá a
Europa como seu principal mercado.
Por aqui, só deverá chegar em lotes
reduzidos em algumas de suas cinco
versões híbridas – veja na página. XX
o GTE, ainda da sétima geração. Mas
é inegável que esté é o Golf mais bra-
sileiro da história.
Um Golf com alma brasileira
Nascido em Piracicaba, Felipe Montoya entrou na VW como estagiário e hoje
desenha os carros mais importantes da marca – por Joaquim oliveira, de munique (alemanha)