Quatro Rodas - Edição 728 (2019-12)

(Antfer) #1

são. E sobram lugares para guardar


objetos, desde o enorme porta-luvas


do tipo gaveta às bolsas nas portas,


onde cabem garrafas de 1,5 litro.


O monitor central colorido (de 9,3


polegadas) e vertical (como na Tesla


e na Volvo) é o maior da sua classe,


parece ser menos suscetível a mostrar


as marcas dos dedos e graficamente é


muito mais moderno. Assim como o


quadro de instrumentos, que passa a


ser digital e personalizável, com uma


dimensão de 7 ou de 10 polegadas.


Depois de muito olhar, é hora de


experimentar o motor de 155 cv, que


usa um câmbio de dupla embreagem


de sete marchas. A primeira observa-


ção é que o Captur melhorou a forma


como assenta sobre o asfalto, que tem


um rodar menos áspero, como reflexo


do aumento do seu tamanho.A dire-


ção, no entanto, continua muito leve


e imprecisa mesmo sendo 10% mais


direta do que a anterior (agora dá 2,6


E a altura ajuda a acomodar passagei-


ros com até 1,85 m de altura sem que


eles toquem a cabeça no teto.


Mas a maior revolução nesse inte-


rior foi o salto na qualidade geral de


materiais e acabamentos. Esse sempre


foi um ponto crítico do Captur: plás-


ticos duros em painel e portas, design


defasado, volante meio grande e em


posição muito vertical, central multi-


mídia com pouca qualidade gráfica e


montagem deficiente que logo produz


ruídos ao rodar por pisos ruins.


Agora predominam revestimen-


tos bem sólidos e de toque suave, a


zona central do painel (monitor tátil


incluído) está direcionada para o


motorista e revela um design e uma


qualidade de materiais que nada tem


a ver com o que existia. Os comandos


rotativos de ventilação cromados pa-


recem ter feito um estágio na Audi e


as portas e seus painéis mostram uma


solidez que causa muito boa impres-


56 quatro rodas dezembro


Impressões ao dIrIgIr | Renault captuR


Detalhe cromado


na coluna c deverá


ser mantido na


versão brasileira


voltas de um batente ao outro). Por


isso, é recomendável deixar sempre


no modo Sport, porque em Eco qua-


se parece que as rodas nem estão em


contacto com o solo de tão leve.


O conforto de rolamento é alto,


podendo prejudicar um pouco a es-


tabilidade em curvas rápidas, mas


nada muito crítico. O motor respon-


de com vigor acima das 1.800 rpm


quando entra em ação o torque de 27,5


mkgf. Mas a forma como o câmbio


responde prejudica o prazer de diri-


gir. Não é possível acelerar em modo


Manual (usando as borboletas no vo-


lante de série), porque basta acelerar


em baixa rotação que a transmissão


decide fazer kickdown (reduzindo


uma ou duas marchas para acelerar


mais rápido) mesmo que o curso do


acelerador não tenha chegado ao fim.


O test-drive termina, mas fica uma


certeza: enfim, o Captur deixará de


ser um Duster com black-tie.

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