impressões ao dirigir | m113 BR
Compartimento
elevado, no alto do
blindado, é um posto
para um atirador
O M113 BR é controlado por man-
ches que comandam dois diferen-
ciais e possibilitam realizar todas as
manobras. De convencional, só há o
pedal do acelerador. O câmbio é auto-
mático, mas permite que se selecione
a combinação das marchas: são três à
frente e uma marcha a ré. A alavanca
tem seis posições: 1 (só vai até a 1ª,
para maior força), 1-2 (até a 2ª), 1-3
(até a 3ª), 2-3 (varia da 2ª a 3ª para
maior velocidade), N (neutro) e R (ré).
Seus diferenciais trabalham de
forma independente, um para cada
lado do veículo, transmitindo a força
do motor às engrenagens que tracio-
nam as lagartas. Os manches, por sua
vez, acionam os freios que controlam
os diferenciais. Por meio deles é pos-
sível parar o veículo (puxando as duas
alavancas para frear os dois diferen-
ciais) e manobrá-lo (a partir do blo-
queio de apenas um dos lados).
Para virar à direita, basta frear o
diferencial direito e deixar que o es-
querdo continue a acionar a lagarta
da esquerda. Para virar à esquerda,
basta frear o diferencial esquerdo.
Para seguir em frente, empurre as
duas alavancas para liberar os dois
lados. Há ainda um segundo par de
alavancas usado para bloquear os
diferenciais e possibilitar manobras
rápidas. Você já viu cenas de guerra
em que os tanques parecem deslizar
sobre patins? São essas alavancas que
permitem esses movimentos.
Antes de dirigir, passei por um
treinamento. Um instrutor me apre-
sentou os principais comandos do
veículo (chave geral, contato, pai-
nel, acelerador, câmbio e alavancas)
e disse que, no começo, eu deveria
obedecer sua orientação.
Combinamos que ele diria o que
fazer por meio de comandos. Se qui-
sesse que eu virasse à direita, ele ba-
teria no meu ombro direito. Para virar
à esquerda, no ombro esquerdo. Na
hora de frear, o sinal era uma batida
no alto do capacete. Quando fosse
necessário reduzir a velocidade, ele
bateria nas minhas costas.
Começamos movendo o carro em
linha reta, para a frente e para trás. Os
manches se assemelham a alavancas
de freio de estacionamento de auto-
móveis, só que maiores e instalados
na posição vertical. Para liberá-los, é
preciso apertar um botão na parte su-
perior. A alavanca do câmbio, por sua
vez, é bem diferente das encontradas
nos automóveis. Para selecionar o
grupo de marchas que se quer usar,
é preciso soltar uma trava e correr
a haste por uma guia com ressaltos
para evitar erros na seleção.
Terminados os exercícios, fui au-
torizado a me embrenhar pelas tri-
lhas do Parque de Manutenção, que
eram tão acidentadas em alguns tre-
chos que davam a impressão de que
ninguém havia passado por ali antes.
Não foi difícil me acostumar com
os manches e saber quanto eu de-
veria frear os diferenciais para con-
seguir o esterço desejado. Na hora
de frear para estacionar, no começo
eu puxava as alavancas com muita
força e tinha a sensação de que não
ia conseguir travá-las. Mas eu estava
puxando mais do que o necessário,
indo além do ponto da trava. Quando
identifiquei o ponto certo, ficou fácil.
O treinamento aconteceu na parte
da manhã. À tarde, seguimos para o
Campo de Instrução do Exército, que
fica a cerca de 30 km de Curitiba, em
uma área onde eu pude andar sozi-
nho na maior parte do tempo explo-
64 quatro rodas dezembro