O
que começou com reclama-
ções esporádicas, notadas por
três integrantes da equipe de
QUATRO RODAS, hoje já é uma ano-
tação constante no diário de bordo e
quase unânime. Ao entrar em baixa
velocidade numa via ladeira acima,
o câmbio demora para reduzir de
segunda para primeira. O problema
é agravado pelo fato de que o câmbio
insiste em tentar vencer a inclinação,
gerando uma forte trepidação e muito
ruído já que o descompasso faz com
que a rotação do motor se eleve sem
que haja transmissão efetiva de fora
para o eixo dianteiro. Somente quan-
do o movimento praticamente cessa é
que a primeira é engatada.
“No caminho de casa até a escola
da minha filha, encaro exatamente
essa condição. De tanto ouvir buzi-
nadas de outros motoristas, mudei o
jeito de dirigir. Quando vou sair da rua
plana e entrar na ladeira acima, enga-
to a primeira manualmente”, conta o
nosso editor de arte Fabio Black.
O câmbio, fornecido pela Getrag,
é uma evolução do Powershift, cujos
problemas ainda causam arrepios
ficha técnica
Tiggo 20.202 km
Versão:
TXS 1.5 16V Turbo
Motor: 4 cil, diant.,
transv., 1.496 cm
3
,
16V, turbo, 150/147
cv a 5.500 rpm,
21,4 mkgf a
1.750 rpm
câmbio: automati-
zado, dupla embre-
agem, 6 marchas
gastos no Mês
combustível:
R$ 1.481
Revisão:
R$ 632
alinhamento:
R$ 166
Película:
R$ 350
seguRo
ReVisões
R$ 1.817*
até 60.000 km
R$ 3.691
consuMo
no mês: 8,2 km/l
com 36,1% de ro-
dagem na cidade
Desde jul/19:
8,8 km/l com
27,5% de rodagem
na cidade
combustível:
flex (gasolina)
*Pe
R
fil qua
TR
o
R
od
a
S
Hesitação do câmbio de dupla embreagem ao subir ladeiras segue incomodando,
mesmo após passar pela segunda revisão – que foi mais barata do que o previsto
Desce a marcha,
sobe a laDeira
fo
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ris
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H
o
nos consumidores e na própria Ford,
que, para acalmar os ânimos diante
de tanta reclamação de seus clientes,
acabou promovendo o reparo gra-
tuitamente e ampliando o prazo de
garantia dos carros de três para cin-
co anos. Mas no Tiggo 5X, ao menos
até agora, os incômodos relativos ao
câmbio são muito menos alarmantes.
O que desanima mesmo é a inca-
pacidade da rede de colocar um fim
no que tem funcionado inadequa-
damente. Tanto na primeira revisão
como agora, na segunda, feita na
Nova Chery, em São José dos Campos
(SP), relatamos o desentendimen-
to entre motor e câmbio ao encarar
uma ladeira. A resposta (“fizemos
uma atualização da central eletrôni-
ca”) foi a mesma, assim como a nossa
decepção diante da inocuidade da
manutenção. “Talvez por efeito psi-
cológico, até achei que o desempenho
melhorou, mas bastou levar minha
filha à escola para o Tiggo patinar, vi-
brar e demorar para iniciar a subida
na marcha certa. E tome buzinada”,
conta Black, que avaliou o SUV após
as duas revisões. E não foi só ele que
notou: outros integrantes da redação
relataram que não sentiram melhoria.
Mas de uma coisa não podemos
reclamar: todos os serviços da revisão
foram prestados a contento e recebe-
mos até um descontinho: apesar de o
site da Chery indicar R$ 665, paga-
mos R$ 632. Entre os extras, película
nos vidros (R$ 350) e alinhamento e
balanceamento (R$ 166).
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dezembro quatro rodas 85