Adega - Edição 160 (2019-02)

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ofereceram uma vinícola pequena por lá e
pensei: “Deixe-me orientar com quem sabe”
e procurei o Darci. Fizemos uma grande de-
gustação com o Adriano, Antonio, Paulo e,
quando vi, tinha 20 taças na frente de cada
um. Naquela hora pensei: “A que horas a
ambulância vem me buscar”. Foi o primeiro
contato que tive de verdade com a indústria
de vinhos do Brasil. E eles me orientaram
em outra direção, que pudesse me dar a qua-
lidade e a excelência, que é o que eu busco
em tudo o que faço. O primeiro vinho que
lancei foi justamente o Paralelo 31 da safra
2008, com uvas e vinificação da Miolo. Eu

Fiquei muito impressionado com o componente Merlot
2018 do Anima. O Douglas (Delamar, parceiro de
Galvão na Bueno Wines) tinha me falado do Anima e eu
disse: “Está bom. A história é muito boa, mas preciso
degustar o vinho”.
Galvão Bueno - O Anima é uma coisa dife-
rente, para criar um impacto na história do vi-
nho brasileiro. Deixe-me dar uma folheada nesta
ADEGA aí. A melhor lembrança que nós temos
da ADEGA foi em 2014, quando a gente foi vi-
nho do ano com o Brunello de Montalcino Ri-
serva 2004.

Antes de você lançar seus vinhos, encontramo-nos em
2008 no Vale dos Vinhedos com o Adriano Miolo.
GB - Foi exatamente quando eu comecei.
O vírus do vinho já tinha se espalhado e
tomado conta. A minha vida já era intensa
na Campanha Gaúcha, mas com criação de
gado e cavalos. A minha relação com o Dar-
ci (Miolo) era assim: eu vendia touro para
ele e ele vendia carneiro para mim. Mas eu
já tinha isso na cabeça. Num momento me

Aprendi
a ter um
respeito
muito grande
pela mãe
natureza, que
me mudou
como ser
humano

Christian Burgos

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