Adega - Edição 160 (2019-02)

(Antfer) #1

Edição 160 >> ADEGA 45


um belo vinho seria aquele que apresenta a ver-
dade do espírito, do princípio divino, ou da ideia.
Ou seja, vai além do que a natureza oferece e é
capaz de despertar um sentimento de sublimida-
de. E assim cabe ao produtor a determinação de
encontrar e ser capaz de manter esse conceito de
beleza.


Reconhecimento
Aqui voltamos a falar, de certa forma, também
de estética. Um clássico indubitavelmente será
reconhecido. No mundo do vinho, o reconheci-
mento pode vir tanto de críticos e especialistas,
quanto do próprio consumidor. Em um sistema
muitas vezes dominado por notas, uma sequên-
cia de altas pontuações de diversos críticos pode
fazer com que um rótulo se torne um clássico
de uma hora para outra. Mas, obviamente não
basta apenas o reconhecimento pela crítica espe-
cializada, é preciso que isso seja assimilado pelo


consumidor. Se há sinergia entre críticos e con-
sumidores, um clássico está montado.

Marketing
Esse não é um fenômeno atual. O marketing
correto pode ser capaz de criar clássicos instantâ-
neos – desde de que, obviamente, os produtos en-
treguem o que se promete. Hoje, um lançamento
estrondoso, um posicionamento de marca em lo-
cais estratégicos, uma ação agressiva em pontos
de venda etc., geram um chamariz instantâneo
para alguns vinhos que, se bem trabalhados,
manterão um status capaz de transformá-los em
clássicos duradouros. Deve-se unir a tudo isso um
design bem feito da garrafa e do rótulo. Não há,
por exemplo, quem não reconheça uma garrafa
transparente do lendário Champagne Cristal,
por exemplo. A identidade visual também conta
muito em um clássico para que ele seja reconhe-
cido como tal.

No mundo
do vinho, o
reconhecimento
pode vir tanto
de críticos e
especialistas,
quanto do
próprio
consumidor.
Se há sinergia
entre críticos e
consumidores,
um clássico está
montado

Philippe Martineau
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