Adega - Edição 160 (2019-02)

(Antfer) #1

Edição 160 >> ADEGA 51


O


mercado de leilões de vinho foi bastante
agitado em 2018 e, em alguns momentos,
alcançou-se preços recorde como no caso
do Romanée-Conti de 1945, por exemplo. No ano
passado, os totais mundiais de leilões de vinhos
(dos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido,
Genebra, Hong Kong e Xangai, além das vendas
on-line) aumentaram impressionantes 26%, para
US$ 479,7 milhões, ante US$ 381,7 milhões em
2017, e superaram, por pouco, o recorde mundial
anterior de US$ 478 milhões em 2011.
As vendas nos Estados Unidos subiram qua-
se 20% acima de 2017, para US$ 222 milhões.
Os mercados combinados de Londres e Genebra
aumentaram 12%, para US$ 46,4 milhões. Hong
Kong e Xangai subiram 40%, para US$ 137,2
milhões. Os totais online aumentaram em 30%,
para US$ 74,9 milhões.
Entre as principais casas de leilões, a Acker Mer-
rall & Condit liderou o grupo com US$ 105,2 mi-
lhões em vendas totais, seguida pela Sotheby’s em
US$ 98,1 milhões e a Zachys em US$ 80,7 milhões.
Hart Davis Hart realizou US$ 67,9 milhões em ven-
das de leilões ao vivo, um recorde para eles, e outros
US$ 9,2 milhões em leilões em seu aplicativo mó-
vel. Pelo oitavo ano consecutivo, a empresa vendeu
100% dos lotes oferecidos.
“Acredito que o interesse no mercado da Bor-
gonha trouxe a demanda, já que mais pessoas
percebem quão grandes e raros são esses vinhos,
e os altos preços trouxeram a oferta”, disse Jamie


Ritchie, diretor mundial da Sotheby’s. Jeff Zacha-
ria, presidente da Zachys, concordou: “Em 2017,
vendemos mais Borgonha [em valor] do que Bor-
deaux pela primeira vez, e essa tendência con-
tinuou em 2018. Além disso, todos os nossos 10
melhores vinhos em 2018 foram da Borgonha”.

Recordes
Em outubro, a Sotheby’s de Nova York leiloou
duas garrafas extremamente raras de Romanée-
-Conti 1945 pelos valores de US$ 558.000 e US$
496.000, respectivamente, superando em muito
o maior valor anterior (US$ 310.700) já pago por
uma garrafa – um Château Mouton-Rothschild
1945 na própria Sotheby’s em 2007.
No entanto, apesar desse recorde impressio-
nante, a garrafa mais cara do ano foi um whisky,
The Macallan 1926, cuja garrafa teria sido pin-
tada pelo artista irlandês Michael Dillon, e foi
vendida por mais de US$ 1,5 milhão. Foi a quar-
ta garrafa do The Macallan 1926 a ir leilão em
2018, com as outras sendo arrematadas por valo-
res entre US$ 843.299 e US$ 1,2 milhão.
Uma venda da Zachys, em outubro, chama-
da “The Vault III”, superou US$ 20 milhões e
se tornou o maior resultado individual do ano.
E outra venda da Zachys, em novembro, estabe-
leceu o vinho americano mais caro já vendido:
uma garrafa de seis litros do célebre Heitz Cellar
Martha’s Vineyard Cabernet Sauvignon 1974, ar-
rematada por US$ 96.330.

Na batida


do martelo


Leilões de vinhos superam US$ 479 milhões
em 2018 e batem recorde
Free download pdf