Adega - Edição 160 (2019-02)

(Antfer) #1

Edição 160 >> ADEGA 73


VINHOS AVALIADOS


AD 93 pontos
FERNANDO DE CASTILLA
JEREZ ANTIQUE AMONTILLADO
Fernando de Castilla, Jerez, Espanha
(Porto a Porto R$ 270). Branco
fortificado seco de reservas antigas
elaboradas exclusivamente a partir
de uvas Palomino, apresenta linda
cor âmbar de reflexos alaranjados,
bem como aromas de frutos secos,
mesclados por notas salinas e minerais,
além de complexos toques oxidativos,
florais, de baunilha e de especiarias
picantes. Complexo e cheio de
frescor, impressiona pela harmonia
e equilíbrio do conjunto, mostrando boa
estrutura, ótima textura e vibrante acidez.
Longo e profundo, com notas de avelãs e
nozes, num estilo mais elegante, que alia
potência e finesse. Álcool 19%. EM

AD 93 pontos
COSSART GORDON MALMSEY
SINGLE HARVEST 1998
Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal
(Decanter - não disponível). Branco
fortificado doce produzido exclusivamente
a partir de uvas Malvasia unicamente do
ano 1998. Exemplo perfeito de equilíbrio
entre acidez e doçura, já que possui 110
g/l de açúcar residual e não se percebe
toda essa quantidade ao prová-lo.
Estruturado e untuoso, possui ótimo
volume de boca, gostosa textura e final
longo, profundo e delicioso, com toques salinos e de
frutos secos. Álcool 19%. EM

AD 89 pontos
HEREDAD DE HIDALGO JEREZ FINO
Hidalgo, Jerez, Espanha (Mistral US$
36). Branco fortificado seco elaborado
exclusivamente a partir de uvas
Palomino Fino, com amadurecimento
no sistema de solera. Apresenta
aromas agradáveis de frutas brancas
e de caroço acompanhadas de notas
florais, minerais e de frutos secos,
além de toques tostados e especiados.
Seco e potente, mostra um estilo mais
estruturado e de mais volume de boca,
tudo envolto por acidez refrescante,
gostosa textura e final untuoso e
persistente, com toques salinos. Álcool
15%. EM

Uma das mais
antigas soleras ainda
em uso está na
vinícola Valdespino,
desde 1842

o envelhecimento biológico sob o véu de flor. A
manutenção dessa cultura de leveduras deve-se a
micronutrientes essenciais, o que é conseguido pela
adição de pequenas frações de vinhos de safras mais
jovens, ou seja, a constante renovação do conteú-
do dos compostos necessários para a formação do
véu. Esse trasfego contínuo também ajuda a dissol-
ver quantidades de oxigênio, que estimulam a re-
generação e o crescimento do véu. Esse oxigênio é
rapidamente consumido pela levedura, deixando o
vinho protegido sob uma atmosfera inerte. No caso
dos vinhos não submetidos a envelhecimento bio-
lógico, essas operações de transferência ajudam a
acelerar os processos oxidativos de maturação.
Originalmente, esse processo de trasfego era
manual, mas hoje, tende a ser mecanizado. E,
além disso, o vinho de uma criadera costuma ser
misturado em um tanque antes de ser inserido na
criadera abaixo ou na solera. Tudo para melhorar
o máximo possível a homogeneidade. Algumas
das mais antigas soleras ainda em uso são das viní-
colas Osborne (Capuchino estabelecido em 1790
e Sibarita em 1792), El Maestro Sierra (1830),
Valdespino (1842) e Gonzalez Byass (1847). As-
sim como a ideia da unicidade de cada terroir, diz-
-se que cada solera têm sua personalidade.

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