Adega - Edição 160 (2019-02)

(Antfer) #1
Vinho de quase 550 anos ainda
repousa nas caves histórias do
hospital de Estrasburgo

Barrica


histórica


O


“Banca Monte dei Paschi di Sie-
na” é considerado o primeiro ban-
co do mundo, tendo iniciado suas
atividades em 1472 como monte-
pio – instituição ligada à religião
na qual os pobres podiam obter empréstimos e pe-
nhorar seus pertences por taxas mais baixas do que
as oferecidas pelos usurários da época (lembrando
que a usura – a famosa agiotagem – era um dos
pecados mais em voga na Idade Média). E é in-
teressante pensar que uma instituição financeira
perdure tanto, tendo passado e “sobrevivido” nesse
tempo todo pelas mais diversas fases da economia
mundial – do feudalismo à Revolução Industrial,
das navegações às moedas virtuais – e, obviamen-
te, por todas as crises que ocorreram.
Mas, aos 547 anos, o Monte dei Paschi di Siena
segue firme com suas atividades. Que outra “ins-
tituição” poderia durar tanto tempo, sobreviver a
tantas crises, altos e baixos etc.? Será que um vi-
nho poderia? Pouco provável, não? No entanto,
parece que sim, que um fermentado de uva pode
suplantar os cinco séculos de existência e ainda ser
bebível. Uma barrica contendo um vinho de 1472
ainda “sobrevive” no coração da Alsácia. A adega
do Hospices de Strasbourg contém o que é consi-
derado o vinho “passível de ser consumido” mais
antigo do mundo.
A adega do hospital foi construída em 1395,
quando a instituição teve que ser transferida para
fora da cidade de Estrasburgo, na França. Na época,
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