Adega - Edição 160 (2019-02)

(Antfer) #1

Edição 160 >> ADEGA 85


BONARDA
Quando pensamos em vi-
nhos argentinos, a primeira
coisa que surge na mente é
Malbec. Mas não devemos
nos esquecer de outra va-
riedade bastante típica da
Argentina, a Bonarda. Nos
últimos anos, ela quase sempre tem sido
trabalhada de forma a gerar vinhos bastante
leves. Ainda assim, também tende a ser um
vinho muito frutado. Dessa forma, um Bo-
narda pode se revelar uma ótima compa-
nhia para um dia de pizza, especialmente
as com queijos e ervas, como Margherita,
ou ainda com linguiças. Em uma noite
com amigos, também vai fazer bonito ao
lado de uma tábua de frios, com queijos e
embutidos variados.


AD 90 pontos
COLONIA LAS LIEBRES CLÁSICO BONARDA 2017
Altos Las Hormigas, Mendoza, Argentina
(World Wine R$ 70). Sempre consistente
safra após safra, este é um belo exemplo
de Bonarda sem passagem por madeira
e um verdadeiro precursor desse estilo
fresco, frutado e fluido. Cheio de tipicidade,
é suculento, direto e muito gostoso de
beber. Mostra ameixas seguidas de
notas florais e herbáceas. Tem acidez
refrescante, taninos macios e final
persistente. Álcool 13%. EM


TEMPRANILLO
Provavelmente a casta
mais conhecida e vincula-
da com os vinhos da Espa-
nha, a Tempranillo pode se
mostrar de diversas formas.
Ela pode gerar desde bebi-
das de corpo muito sutil até
grandes massas encorpadas. Tudo depen-
de do estilo de vinificação. Os espanhóis
costumam classificar como “Joven” os
mais leves, que não passam por madeira
(ou passam muito pouco). Esse estilo mais
despojado e refrescante é uma ótima op-
ção de harmonização para hambúrgueres,
por exemplo. Outra sugestão para abrir
seu Tempranillo Joven é ao lado de uma
paella valenciana, ou então de um polvo
na grelha.

AD 89 pontos
CS TEMPRANILLO 2016
Carlos Serres, Rioja, Espanha (La Pastina
R$ 76). Sempre consistente, este 100%
Tempranillo, sem passagem por madeira,
é elaborado no estilo “Joven” e mostra
frutas vermelhas e negras frescas em
abundância, acompanhadas de notas
florais, minerais, de ervas frescas e de
especiarias, que se confirmam no palato.
Frutado e refrescante, tem gostosa acidez,
taninos macios e final médio/longo, que
pede a companhia de embutidos em geral.
Álcool 13%. EM

PAÍS
Uma casta típica que vem
sendo resgatada no Chile.
Ela era usada para fazer os
vinhos que os trabalhado-
res bebiam correntemente
durante o almoço ou jan-
tar, em um estilo que ficou
conhecido como pipeño. Agora, muitos
produtores têm seguido essa tradição e
criado vinhos super refrescantes, “sucos de
uva”, para serem bebericados sem com-
plicações, sozinhos ou ao lado de algum
tipo de comida. Assim, País pode ser um
bom acompanhamento para grelhados (os
mais variados) com legumes. Vale experi-
mentar com uma abobrinha recheada, ou
com gaspacho, ou também alguns outros
pratos da culinária mexicana.

AD 93 pontos
SANTA CRUZ DE COYA PAÍS 2017
Roberto Henríquez, Bío Bío, Chile (La
Vinheria R$ 180). Adepto da mínima
intervenção, Henríquez elabora esse 100%
País de vinhas de cerca de 200 anos, com
fermentação espontânea (sem adição de
leveduras). O resultado é um tinto que
mostra um lado delicado e refinado da
cepa, com a acidez refrescante, a fruta
nítida e a ótima textura de taninos ditando
as regras. Um autêntico lobo em pele de
cordeiro, que se bebe perigosamente fácil.
Álcool 11,5%. EM
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