Acabou a noite no Queens onde, sem saber como, se viu todo sorridente para uma falsa loura
às cinco da manhã. Ela correspondeu-lhe o sorriso e Zé avançou. Foram conversar no recato de
uma mesa e, num abrir e fechar de olhos, estavam no apartamento dele, no quarto, a fazer tudo o
que ele sonhara fazer no fim daquela noite solitária. Ela tomou a dianteira — até porque Zé já se
sentia bastante lerdo para controlar fosse o que fosse — e tratou dele com a delicadeza e a
habilidade com que trataria um xeque das arábias.
Tomaram o pequeno-almoço ao meio-dia, torradas, chá e Guronsan para Zé.
— Como é que te chamas? — perguntou-lhe, curioso.
— Regina.
— Regina, sou o Zé, muito prazer. — Estendeu-lhe a mão, que ela apertou. E riram-se com a
situação.
— E és brasileira, obviamente.
— De São Paulo.
— O que é que fazes em Portugal, Regina?
— Trabalho numa loja de lingerie.
— Ah, sim? Ora aí está um trabalho que eu não me importava de ter.
— É legal, sim. E você?
— Eu trabalho num banco, onde devia estar a esta hora, se não tivesse bebido demais a noite
passada e não estivesse aqui contigo a comer torradas.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1