queria fazer o papel de má e deixar para Zé o papel de bom.
Tal como Zé imaginara, a ida ao futebol foi uma noite memorável para Quico. De alguma
forma, Quico guardou a recordação daquelas duas horas bem passadas na companhia de Zé
como uma prova de que poderia prosseguir a sua vida tranquilo, pois não seria esquecido pelo
pai. Aqueles momentos de cumplicidade entre pai e filho, e outros que se lhe seguiram em
ocasiões posteriores, foram-lhe restaurando a confiança e amainando a insegurança. Em breve,
Quico deixou de bater nos colegas por tudo e por nada e voltou a ser apenas mais uma criança
normal que tinha de lidar com a separação dos pais, como tantas outras no seu colégio.
Para Zé, foi um descanso ver que o filho recuperava a tranquilidade de outrora. Graça também
dava sinais de menor agressividade quando se encontravam e, embora as suas conversas se
limitassem praticamente aos problemas da educação de Quico, Zé começou a pensar que tinha
boas razões para ser optimista quanto à possibilidade de ela vir a aceitá-lo de volta.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1