— Cá para mim — disse Patrício, no seu estilo jovial de amainar
tempestades —, o mano pôs-se a andar para a África do Sul no seu avião e,
não tarda, telefona-te de lá.
— Não foi, Patrício, e não telefona — respondeu Regina, num tom seco e
definitivo que não era para graças. Ouviu Patrício suspirar no outro
continente.
— Eu vou continuar à procura, Regina. Sossega, que ele há-de aparecer.
Quem está vivo, sempre aparece — rematou, sem se aperceber a tempo da
inconveniência.
— Obrigado, Patrício, eu sei que posso contar contigo — agradeceu ela,
evitando o comentário que lhe ocorreu fazer por se recusar a dizer em voz alta
uma possibilidade que não estava preparada para admitir. Em contrapartida,
tranquilizou-se com um sentimento do fundo da alma e que não lhe deixava
espaço para dúvidas: Ele está vivo, se não estivesse eu saberia.