— Pelos vistos, não sabias — murmurou Patrício, mais a pensar em voz
alta do que a falar com ela.
— Pelos vistos, não é grande segredo — disse Regina.
— Não é propriamente uma coisa de que se fale à boca cheia. Não imaginas
a trabalheira que eu tive para sacar esta informação.
— Quem é a tua fonte?
— Um gajo importante do MPLA.
— Ele disse-te onde é que o têm? — perguntou Regina, cada vez mais
ansiosa.
— Não, não me disse nada disso. Ele nem sequer sabe se o Nuno foi preso.
— Está a mentir — declarou ela, categórica.
— É possível — admitiu. — Mas é uma fonte credível, nunca me enganou.
— Está a mentir — repetiu Regina, sem querer aceitar outra hipótese. —
Temos que o encontrar, Patrício, antes que o matem.
— Vamos encontrá-lo, mana, sossega — disse ele, embora soubesse
perfeitamente que isso não aconteceria, mas não tivesse coragem para o dizer
a Regina. — Para onde é que queres ir?
— Quero ir para casa.