— Está
— Estavas a dormir?
— Estava — confirmou, com voz de sono, contrariada. Não se sentia preparada para falar com
João Pedro.
— Quando é que chegaste?
— Que horas são?
— Quase dez.
— Já? Estive a dormir toda a tarde.
— Imagino que sim. Queres jantar comigo?
— Não — disse, e aquele não saiu-lhe um bocadinho precipitado.
— Não?
— Não, estou muito cansada. Acho que vou continuar a dormir.
— Está bem. Vemo-nos amanhã, então?
— Falamos amanhã, sim, e logo se vê.
Depois de desligar, Cristiane deixou cair novamente a cabeça na almofada, ficou deitada um bom
bocado, perplexa, a pensar no tom descontraído de João Pedro ao telefone. Ele não lhe parecera
preocupado, como se nada tivesse mudado enquanto ela estivera no Rio de Janeiro. Era
desconcertante.