Um Homem Escandaloso

Continuaram assim, confortáveis e bem-dispostos sob uma nuvem azul-cinzenta que tornava o
ambiente leve e vaporoso, a sentirem-se lascivos. Elas divertiam-se a provocar João Pedro.
Cristiane acabou de lhe abrir a camisa e puseram-se as duas a beijar-lhe o peito peludo, a acariciar-
lhe a barriga. As mãos delas iam descendo por ele abaixo. João Pedro nem se mexia, paralisado de
prazer. Carol começou a desapertar-lhe o cinto das calças; Cristiane vestia uns calções curtos e
passou uma perna nua por cima dele, enfiou-a entre as dele.
João Pedro queimou os dedos enquanto dava uma passa no charro, prendeu o fumo um instante nos
pulmões, soltou-o para o ar. Estava sem fôlego, a rebentar de excitação. Que tesão!, pensou.
— Era isto que tu querias, não era? — perguntou Cristiane. — As duas ao mesmo tempo.
— Hum-hum.
Ela olhou para cima para lhe ver a expressão.
— Gostas, não gostas?
Esfregou os seios no flanco dele. Carol fez o mesmo.
— Gooosto — gemeu João Pedro.
Cristiane trocou um olhar libidinoso com Carol, acariciou-lhe a face, esticou-se sobre o peito de
João Pedro e beijou-a, as línguas delas brincaram uma com a outra. Ele, vendo isto, deixou cair a
cabeça para trás, olhou o tecto, sentiu-se no céu.
Foi então que Cristiane desferiu a estocada final.
— E se nós fôssemos as duas para minha casa fazer uma brincadeira de meninas? — sugeriu.
Carol concordou de imediato.
— Vamos — disse.
Escorregaram num movimento lânguido pelo corpo dele, puseram-se de pé.
— Então e eu?! — protestou João Pedro. Fez menção de se levantar para as seguir, mas Cristiane
ergueu um dedo, ameaçadora.
— Ãh, ãh! Nem penses! É só para meninas — avisou-o. Depois, deu a mão a Carol e foram-se
embora, deixando João Pedro sozinho na sala. A música acabou, e ele, abandonado no sofá, sentia-se
miserável e confuso, sem perceber o que acabara de lhe acontecer.
— Olha, foram-se embora... — disse, aparvalhado.