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— Vem comigo ao Rio de Janeiro.
— Estás doida.
— Não, a sério, vais adorar.
— Tu vais trabalhar.
— Só durante o voo. Depois, tenho uma semana inteirinha livre.
— Não tenho dinheiro.
— Eu resolvo.
— Como?
— Não te preocupes com isso. Eu tenho dinheiro.
— Nem penses.
— Penso, pois. Anda lá.
— É já depois de amanhã. Não arranjo bilhete.
— Eu resolvo.
— Tu resolves tudo, não é?
— É.
— Tenho medo de andar de avião.
— Não tens nada.
— Tenho, sim.
— Eu drogo-te. Vais a dormir até lá. Nem dás por isso.
— Não sei...
— Sei eu!
— Cristiane, o que é que eu vou fazer ao Rio de Janeiro?
— Vais acompanhar-me, vais conhecer uma das cidades mais bonitas do mundo, vais divertir-te
como nunca.
— Hum...
— Vem, vem, vem.
— Não sei...
— Anda lá, por favor...
— Cristiane...
— Está decidido, vens comigo!
— Não tenho direito de voto?
— Não. Agora dorme. Amanhã, trato de tudo e, depois de amanhã, lá vamos nós.
— Durmo, como? Acabaste de me tirar o sono!
Estavam deitados com a luz apagada no quarto de João Pedro, onde tinham começado a passar as