Uma noite em Nova York

(Carla ScalaEjcveS) #1

dezenas de e-mails que ele lhe enviava todos os dias, mas não conseguia
zangar-se de fato. A sua persistência com graça era elogiosa para ela, fazia-a
sentir-se apreciada e mexia com ela, com a sua vaidade.


Deu um trago no cigarro, soltou a fumaça para o ar, pondo a cabeça de lado.
Os seus olhos cruzaram-se fixando no telhado do restaurante e, por alguns
instantes, ficaram presos à imagem dos chuviscos que caíam defronte da luz,
hipnotizados com o efeito. Pensou que não podia se deixar levar pela
empolgação de uma aventura. Uma mão grande e quente pousou na sua nuca
e Catarina quase deu um pulo na cadeira, sobressaltada. “Calma, querida, sou
eu”, ouviu dizer a voz familiar e então seus ombros relaxaram-se de imediato.
Espreitou por cima do ombro.


– Você me assutou.
– Não estava pensando em coisa boa – disse ele, em tom de brincadeira.
– Oh! – protestou. – Você me assustou. Não te ouvi chegar.
Ele se inclinou sobre ela e começou a beijá-la no pescoço, abraçando-a por
detrás. Ela se encolheu e riu.


– Você está me fazendo cócegas, Ricardo! – reclamou.
Ele passou os braços em volta dela. Eu amo você, sussurrou. Catarina
ergueu a mão, mergulhou os dedos no cabelo dele, disse eu também, mas
sentiu-se envergonhada por ter sido surpreendida com o pensamento em
Jonas.

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