desviando-se de transeuntes apressados e carregados de sacolas de presentes,
como que levitando na atmosfera natalina que envolvia Nova York, Catarina
ia imbuída no espírito feliz que a rodeava, mas ponderando se não seria tarde
demais para eles, se não estaria cometendo um erro. Ainda assim, continuou
andando até se ver parada em frente ao BB King Blues Club, na Times
Square.
Hesitou à porta, com as mãos enterradas nos bolsos, passando o peso do
corpo de um pé para o outro. Sentiu o rosto gelado, o nariz doendo de frio,
levou as mãos em concha ao rosto, soprou o ar quente dos pulmões numa
tentativa vã para se aquecer. Permaneceu alguns minutos na calçada, presa a
uma perplexidade, receosa do que iria encontrar ao passar a porta do teatro.
Mas depois se decidiu, respirou fundo, entrou.